Depois de dois meses de exaustivas negociações e muita intransigência dos patrões, a campanha salarial dos metalúrgicos chega à reta final com sucesso.
Dos 44 mil metalúrgicos que integram a categoria na região, ao menos 34 mil já conquistaram reajuste salarial de no mínino 10%, o que garante aumento real de 2,42%. As negociações pontuais, onde há mobilizações dos trabalhadores, continuam.
Com exceção dos trabalhadores das empresas que integram o Grupo 2, que pediram dissídio coletivo, e do Grupo 10, que ainda não assinaram acordo estadual, todos os demais metalúrgicos de Sorocaba e região já garantiram reajuste de no mínimo 10%, além das cláusulas sociais.
O primeiro grupo patronal a fechar acordo com os trabalhadores foi G3, que representa as forjarias e as fabricantes de autopeças e parafusos. O acordo estadual foi fechado em 10%, mas em diversas fábricas, quando o reajuste não superou o índice de 10%, os trabalhadores conquistaram abono salarial.
No Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros), o reajuste mínimo também foi de 10%, “mas muitos trabalhadores conquistaram reajuste maior ou tiveram complementação com abo-no”, diz o dirigente sindical Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho.
No Grupo Fundição o acordo estadual ainda não foi assinado, “mas o reajuste mínimo também não ficará inferior a 10%; sem dizer que, em várias empresas desse setor, os trabalhadores também já conquistaram reajuste superior ou igual, mas com abono”, completa Verdinho.
Mesmo no Grupo 2, onde o sindicato patronal pediu dissídio coletivo [ou seja, pediu para que a justiça decidisse pelo valor do reajuste], a grande maioria dos trabalhadores já conquistou reajuste de no mínimo 10%.
O mesmo tem acontecido com o Grupo 10, “que tem merecido o troféu de intransigente pela patifaria que faz todos os anos durante a campanha salarial”, acrescenta o dirigente Sindical, Adílson Faustino, o Carpinha.
Sindicato exalta união da categoria
Os metalúrgicos de Sorocaba e região estão de parabéns pelo envolvimento na campanha salarial. “A presença daquela multidão no ato da Castelinho [dia 13 de setembro] foi determinante para que os patrões chegassem a 10%. Antes disso, as propostas patronais não passavam de 8%. Eles [patrões] viram o peso que nossa categoria tem”, analisa Carpinha.
“Sem unidade, nenhuma campanha é bem sucedida. Veja o exemplo das empresas onde a unidade é maior. Nessas fábricas os metalúrgicos conquistaram além dos 10% fechado em nível estadual ou arrancaram um abono”, frisa o vice-presidente do Sindicato e secretário-geral da FEM/CUT, João de Moraes Farani.
“Mas a luta não acabou. Os trabalhadores precisam se manter unidos e buscar a revisão da grade salarial, um problema que aflige praticamente todos os trabalhadores em quase todas as fábricas”, completa Verdinho.