Em mais uma rodada de negociações da campanha salarial dos metalúrgicos, na manhã desta segunda-feira, dia 5, os empresários do Grupo 3 ofereceram 8,3% de reajuste para os trabalhadores do setor, que engloba fábricas de autopeças, de parafusos e forjarias.
A reunião aconteceu em Santo Amaro (sede do Sindipeças – sindicato patronal) e a proposta foi rejeitada, na mesa de negociações, pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, à qual o Sindicato da região de Sorocaba é filiado.
Nesta terça-feira, dia 6, a FEM tem mais uma rodada de negociações também com o Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros). Mas a federação não está otimista e seus dirigentes pedem mais mobilização nas fábricas.
O Grupo 3 deverá agendar nova reunião somente para sexta (9) ou segunda-feira (12). Descontada a inflação do período (estimada em 7,3%), o reajuste proposto pelos empresários representa menos de 1% de aumento real. Vale lembrar que percentuais não são somados, e sim multiplicados.
Patrões duvidam
“Parece que os patrões estão duvidando na nossa capacidade de mobilização. Então, temos que provar para eles que estão errados”, enfatiza João de Moraes Farani, vice-presidente do Sindicato em Sorocaba e secretário-geral da FEM-CUT.
A data-base dos metalúrgicos venceu já no dia 1º de setembro, mas os empresários parecem não ter pressa em apresentar propostas de acordo.
Na região de Sorocaba, o Sindicato tem intensificado as mobilizações nas fábricas desde a semana passada. No último domingo, dia 4, em assembleia na sede do Sindicato, a categoria aprovou “estado de greve” esta semana e paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 12.
Inaceitável
O presidente da Federação, Valmir Marques, (Biro Biro) disse que este índice [de 8,3%] é “inaceitável”. “Esta proposta não contempla a nossa categoria. Embora o setor se queixe do aumento das importações, as empresas do setor estão produzindo no limite da capacidade, realizando horas extras e jornadas exaustivas. O trabalhador no chão de fábrica está sentindo isso no dia a dia”, disse.