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Produtor rural

Agricultor doa três toneladas de repolho ao Banco de Alimentos (BAS)

Alimento sem agrotóxico, produzido na Fazenda Ipanema, será distribuído para entidades cadastradas no Banco de Alimentos de Sorocaba. Elas atendem, aproximadamente, nove mil famílias, sendo sete mil delas em Sorocaba e duas mil em sete cidades da região.

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
O agricultor Antonio Biazze na colheita de repolho, na Fazenda Ipanema. A colheita realizada para doação ao Banco de Alimentos beneficiará dezenas de famílias

O agricultor Antonio Biazze na colheita de repolho, na Fazenda Ipanema. A colheita realizada para doação ao Banco de Alimentos beneficiará dezenas de famílias

Há 27 anos, o agricultor Antonio de Biazze, 61 anos, produz uma diversidade de verduras, legumes e hortaliças em uma área no Assentamento da Fazenda Ipanema, em Iperó.

Na tarde desta quinta-feira, dia 11, ele doou cerca de três toneladas de repolho ao Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS), que fará a distribuição para as 80 entidades cadastradas.

Mas há dois anos, ele mudou o sistema de plantação e abandonou o uso de agrotóxicos. Hoje, seu lote integra uma área de produção orgânica, reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A vida toda de seu Biazze é dedicada à lavoura, mas com a agroecologia, sem a manipulação dos venenos, o salto de qualidade foi grande. “Eu me sinto mais novo. Quando eu tinha 30 anos mexia muito com agrotóxico e não fazia nem metade do que faço hoje, sentia fadiga, cansaço. Hoje em dia, eu não tomo remédio nem para dor de cabeça”, afirma o agricultor que praticamente come tudo o que planta.

Alimentação saudável para todos

A lista de compra mensal de seu Biazze resume-se apenas a arroz, sal, óleo e carne. Os alimentos sem veneno que ele produz, cultivados com muito trabalho e suor, dia após dia, sob chuva ou sol, que vão de manga à berinjela, chegam à cidade por meio de parcerias como a do Instituto Chão, de São Paulo.

Ele também fornece para a prefeitura de Iperó, por meio da Lei nº 11.947, de 2009, do governo Lula, que estipula o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que entre outras diretrizes, prevê recursos para a aquisição de alimentos oriundos da agricultura familiar.

Mas poderia fornecer muito mais. “Mas, são poucas prefeituras que cumprem a lei, infelizmente”, relata.

Três toneladas de repolho

Foguinho/Imprensa SMetal
Cada repolho pesa em torno de dois quilos

Cada repolho pesa em torno de dois quilos

Um dos problemas recentes que afetou diretamente a produção de alimentos sem agrotóxicos foi o corte de investimento no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, que teve início em 2003.

Entre os pilares do Programa estava o acesso à alimentação e o incentivo à agricultura familiar. “Funcionou até 2015, mas em 2016 houve o corte no programa que prejudicou todos os agricultores do país, como os da região”.

Por isso, seu Biazze não conseguiu escoar a produção de três toneladas de repolho, que do plantio à safra tem o curso de 90 dias.

Antes de vencer o ciclo do repolho, para que ele não estragasse na lavoura, seu Biazze, com a ajuda de um amigo, colheu cada unidade, num total de 800, aproximadamente, na manhã desta quinta-feira, dia 11 e doou para o Banco de Alimentos de Sorocaba (BAS).

Em dezembro, seu Biazze espera fazer a colheita de quatro a cinco toneladas de manga, assim como espera conseguir distribuir sua produção para que o povo da cidade também tenha acesso ao alimento de verdade, produzido sem veneno e carregado de esperança de que novas sementes poderão brotar em solo fértil.

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