Devido à crise econômica e política pela qual atravessa o país, diversas pessoas têm arriscado a vida em solo contaminado, em busca de chumbo, em terreno da antiga fábrica Satúrnia, em Sorocaba.
A notícia foi divulgada em reportagem exibida pelo programa Fantástico no domingo, 19, e provocou a mobilização de órgãos como Cetesb e do Ministério Público para o cercamento do terreno e instalação de vigilância no local.
“O drama das pessoas que cavam a terra contaminada para poder revender o chumbo causa comoção e, infelizmente, são vítimas da atual situação do país, na qual o índice de desemprego só aumenta e o Brasil retorna ao mapa da fome. Sem alternativas, essas pessoas buscam, mesmo com riscos, uma fonte de renda para a subsistência”, destaca o presidente do SMetal, Leandro Soares.
A área da antiga fábrica de baterias chegou a ir para leilão, mas não houve interessados, porque nas próprias matrículas das glebas do terreno constam que há problema ambiental.
Problema sério e antigo
Em maio deste ano, o Ministério Público do Estado de São Paulo (processo 1024798-60.2014) solicitou ao administrador da massa falida, Sadi Montenegro Duarte Neto, para que oficializasse a “Defesa Civil e à Vigilância Sanitária solicitando com urgência, ação conjunta no imóvel em que a massa falida Saturnia exercia suas atividades empresariais, a fim de que sejam retirados os materiais causadores de danos e eliminados os focos de contaminação, em especial no que concerne ao acúmulo de água”.
A Satúrnia S/A (Microlite S/A) funcionou até 2011 no local e o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região conseguiu garantir o pagamento dos direitos para a maioria dos trabalhadores após o departamento jurídico ter entrado com processo para bloqueio dos créditos da Saturnia com a Marinha do Brasil.