Trabalhadores do segundo turno da Schaeffler paralisaram a produção nesta quinta-feira, 28, em protesto contra a intransigência do grupo, de capital alemão, em não acatar a decisão coletiva em relação às negociações do Programa de Participação nos Resultados (PPR).
Depois de várias mesas de negociação para tratar do valor e das metas do PPR 2018, e os trabalhadores terem rejeitado duas propostas, no dia 11 deste mês as assembleias nas portas da fábrica aprovaram o acordo.
Porém, a empresa se recusou a depositar a primeira parcela, no dia 14, por não concordar com o desconto da cota de custeio negocial, apesar desta ter sido aprovada por autorização coletiva nas assembleias do dia 11/06, colocando empecilhos para o pagamento do PPR 2018.
Em novas assembleias realizadas nos dias 14 e 15, os trabalhadores deliberaram por retroceder da negociação e iniciar uma nova negociação do zero, revendo desde valor, abrangência, vigência e metas, inclusive, fundamentada em dados econômicos apresentados pelo Dieese.
Acatando essa decisão dos trabalhadores, o Sindicato mandou nova pauta de reivindicação, protocolada no dia 18/06, para retomada das negociações do PPR do início. Já a empresa ficou inerte e sequer agendou nenhuma reunião, conforme pauta.
“O sindicato dá total apoio aos trabalhadores, ainda mais diante dessa conduta da empresa e do desrespeito às deliberações da mesa de negociação e das assembleias”, explica o vice-presidente do SMetal, Valdecir Henrique da Silva (Verdinho).
Nesta quinta-feira, enquanto os dirigentes realizavam assembleia na frente da fábrica, o departamento de Recursos Humanos ligou para o Comitê Sindical de Empresa (CSE) solicitando reunião. Os trabalhadores aguardaram fora da empresa, mas a intransigência e postura da empresa continuam as mesmas, não foram estabelecidas novas negociações.
Por isso, a decisão tomada pelos trabalhadores foi a de aguardar fora da empresa a chegada dos companheiros do terceiro turno.
“O enfrentamento com o grande capital não é fácil, mas a união dos trabalhadores faz diferença na conquista de direitos”, enfatiza o presidente do SMetal, Leandro Soares.