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Hipócrates

Corrupção do CHS está espalhada por diversos hospitais do estado

Máfia de médicos e enfermeiros que fraudavam plantões e licitações pode ter atuado em 18 hospitais paulistas

Imprensa Smetal
Charge: Clayton
None do médico Heitor Consani foi indicado ao governador Alckmin pelo prefeito Vitor Lippi, que queria um sorocabano no comando do conjunto hospitalar

None do médico Heitor Consani foi indicado ao governador Alckmin pelo prefeito Vitor Lippi, que queria um sorocabano no comando do conjunto hospitalar

A corrupção identificada pela operação Hipócrates comandada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público recentemente no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) pode estar espalhada por pelo menos 18 hospitais públicos em todo o estado de São Paulo e ter atingido o alto escalão do governador Geraldo Alckmin, do PSDB.

Depois da prisão do então diretor do CHS, Heitor Consani, e outras 12 pessoas, no último dia 16, durante a operação Hipócrates, as investigações identificaram o ex-secretário estadual de Lazer, Esportes e Juventude, Jorge Roberto Pagura, como integrante do esquema de corrupção.

Ele deverá ser intimado em breve para depor sobre sua participação no esquema.

Além do foco em Sorocaba, as investigações trabalham com indícios de corrupção identificada ao menos em outros 17 hospitais públicos paulistas, principalmente na Capital e Grande São Paulo.

As investigações também apontaram indícios contra o ex-coordenador de Saúde, Ricardo Tardelli, que também terá que depor. Pagura e Tardelli se afastaram do governo recentemente, mas foram flagrados em escutas telefônicas gravadas com ordem da justiça.

Durante a operação, 12 pessoas foram presas, mas todas já estão soltas. As investigações, porém, continuam.

Rombo pode chegar a R$ 147 milhões
Segundo números divulgados pela imprensa, o rombo nos 18 hospitais públicos do estado de São Paulo pode chegar a R$ 147 milhões. Os prejuízos aos pacientes, porém, não têm como ser avaliados.

Somente em Sorocaba, no dia da operação, a Polícia Civil e o Ministério Público estimaram o rombo em R$ 2 milhões, com prejuízo a pelo menos 300 mil pacientes.

O desfalque
Ainda segundo as investigações, médicos e enfermeiros fraudavam os hospitais recebendo por plantões não realizados. Havia médico com plantão de 36 horas seguidas de trabalho e, em outros casos, de pofissionais que faziam plantão ao mesmo tempo em mais de um hospital.

Os profissionais também roubavam os cofres públicos licitando próteses de alta tecnologia, mas implantavam material de qualifidade inferior nos pacientes.

Consani foi indicado por Vitor Lippi
O diretor do CHS, Heitor Consani, preso no dia 16 acusado de chefiar o bando em Sorocaba, havia assumido o comando do Conjunto Hospitalar no começo deste ano. Ele foi nomeado pelo governador Geraldo Alckmin, mas seu nome foi indicado pelo prefeito Vitor Lippi, que queria um sorocabano de “confiança” no comando da instituição.

Mas Consani não foi o único indicado por Lippi a dar vexame ao prefeito. Ao longo dos seus sete anos e meio de governo, o prefeito já se especializou em indicar nomes de pessoas que se envolvem em escândalos. Foram 9 nomeações erradas; muitos dos nomeados foram presos em flagrante.

Veja os indicados por Lippi e os motivos das quedas

1 – Maurício Biazotto Corte – secretário de Governo – foi preso acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na concessão de alvarás de licença para postos de combustíveis

2 – José Dias Batista Ferrari – secretário de Desenvolvimento Econômico – também chegou a ser preso envolvido no mesmo esquema que participava Biazotto.

3 – Ricardo Barbará – secretário de Habitação – caiu por problemas com
a Justiça de Itapetininga

4 – Januário Renna – secretário de Administração – foi preso em flagrante
com três menores em um motel de Itu. Ele ainda é acusado pelo Ministério Público de ter praticado pedofilia e exploração sexual contra nove meninas.

5 – Domingos de Abreu Vasconcelos Neto – secretário de Segurança Comunitária – caiu ao ser acusado pelos vereadores de abuso de poder e permitir “truculência” às atuações da Guarda Municipal.

6 – Daniel de Jesus Leite – secretário de Administração – acusado de favorecer empresa da família com lei de incentivo fiscal municipal e ainda montar um escritório de comércio na China, sem autorização da Câmara.

7 – Lauro Mestre – secretário de Negócios Jurídicos – caiu porque, além de representar a prefeitura juridicamente, também movia processo contra a própria prefeitura.

8 – Milton Palma – secretário de Saúde – caiu porque comissão de vereadores que investiga mortes em hospitais psiquiátricos descobriu que Milton tinha relações comerciais com esses hospitais.

9 – Heitor Consani – diretor do CHS – foi preso no último dia 16, acusado de integrar uma quadrilha de médicos e enfermeiros que fraudavam o hospital. A nomeação de Heitor coube ao Estado, mas seu nome foi indicado pelo prefeito Lippi.

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chs corrupção heitor consini hipócrates prefeito lippi
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