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Editorial

É tempo de valorizar a profissão

O editorial da Folha nº 885 alerta para os falsos profetas da elite brasileira que pregam medidas de salvação do país, mas escondem a verdadeira intenção: a de lucrar mais com o suor do trabalhador

Imprensa SMetal
A classe trabalhadora não deve acreditar em falsos profetas da elite, que só querem lucrar ainda mais

A classe trabalhadora não deve acreditar em falsos profetas da elite, que só querem lucrar ainda mais

Os mais jovens talvez não saibam ou não se lembrem, mas esta não é a primeira vez na história recente que o Brasil sofre uma recessão, acompanhada de desemprego brutal. Na década de 90 os trabalhadores do país passaram por um sufoco bem semelhante.

Naquela época, como agora, as grandes corporações capitalistas, representadas pelo presidente da República (FHC), por um grande número de deputados e senadores e pelos meios de comunicação de massa, também tentaram convencer a população que a saída para a crise era desregulamentar todas as leis de proteção trabalhistas e sociais do Brasil.

Nos anos 90, assim como tem acontecido hoje, os falsos profetas dessa classe dominante fizeram de tudo para contaminar a opinião pública com a previsão de que o trabalho com carteira assinada estava com os dias contados. Eles também diziam que o futuro da classe trabalhadora estava no empreendedorismo pessoal. Pregavam também a reforma da Previdência como tábua de salvação do país.

Exatamente como hoje, a direita, que é a opção política dessa classe dominante, afirmava que não haveria futuro para o Brasil se as leis sociais e trabalhistas não fossem mais “flexíveis”, se os bens e serviços públicos não fossem privatizados ou terceirizados, se o trabalhador e a trabalhadora não abandonassem o direito de ter direitos.

A vontade dessa elite econômica era, como ainda é, quebrar toda e qualquer barreira que impeça o capital de lucrar à vontade em qualquer atividade do país e em qualquer área de sobrevivência das pessoas, como emprego, renda, saúde, educação, previdência, alimentação (inclusive consumo de água potável), etc.

Assim como tem acontecido nos dias atuais, a ganância dessa classe resultou, além do desemprego e da queda da atividade econômica das empresas nacionais, em aumento da fome e da miséria.

Mas governantes da época conseguiram aprovar uma mini-reforma trabalhista e excluíram vários direitos previdenciários. Mas nada disso fez a crise recuar nenhum milímetro. Pelo contrário. Fez crescer o mercado informal e reduziu a massa salarial e o consumo.

Por isso mesmo, boa parte da população brasileira resistiu ao assédio da mídia e dos catedráticos da direita; e viu com desconfiança essas profecias de economistas e outras autoridades da elite, conhecidos como “neoliberais”.

Foi nos primeiros anos do século 21, quando os trabalhadores se uniram para lutar por melhores salários e condições de trabalho, por direitos sociais, pela carteira de trabalho assinada, pelo retorno ao trabalho formal, que o Brasil voltou a progredir. Eles contaram com o apoio do governo para consolidar essa evolução, que durou mais de 10 anos.

Mas veio o golpe, a velha elite retomou o poder e ressuscitou seu antigo projeto de exclusão social, de desregulamentação do trabalho, de exploração máxima do capital.

Cabe a nós agora, como fizemos nesta campanha salarial, voltar a valorizar nossa condição de trabalhadores, de profissionais metalúrgicos e exigir regulamentação da nossa atividade; e também direitos e dignidade na vida que vivemos, junto com nossos familiares, fora do nosso local de trabalho, na sociedade.

O SMetal, como sempre, é aliado da categoria e da classe trabalhadora para atingir esse estágio de justiça, na empresa e na sociedade.

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