Busca
Busca
Em greve

Metalúrgicos da Bardella exigem o pagamento dos salários

Além de estarem há dois meses sem salários, os trabalhadores estão sem convênio médico e sem vale-compra

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Diretoria do SMetal fará assembleia com os metalúrgicos nesta sexta-feira

Diretoria do SMetal fará assembleia com os metalúrgicos nesta sexta-feira

Com salários atrasados, convênio médico cortado, sem vale-compra e outros direitos trabalhistas, metalúrgicos da Bardella, das plantas de Sorocaba, Araras e Guarulhos, estão em greve.

Com 258 trabalhadores, a planta de Sorocaba é a que está há mais tempo em greve, desde o dia 4 deste mês. São diversas as dificuldades impostas aos trabalhadores, que ainda não receberam a segunda parcela do 13º salário do ano passado.

De acordo com o secretário de administração e finanças do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Tiago Almeida do Nascimento, está sendo recorrente o atraso no pagamento dos salários, desde maio. “Só neste ano tivemos 10 iniciativas de greves devido à falta de respeito da empresa com o trabalhador, que recebeu o último salário em julho. Sem contar que a empresa não está depositando o Fundo de Garantia (FGTS) de todos os metalúrgicos desde 2014”.

Crise

De capital nacional, com cem anos de existência, a Bardella atua no ramo da energia, produzindo máquinas e equipamentos para mineração, óleo e gás, usina elétrica, hidrelétrica, portos, aeroportos, energia nuclear e movimentação de carga.

Chegou a ter uma empresa em Rondônia em sociedade com a Alstom e forneceram equipamentos de energia hídrica para as usinas hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, na região norte do país. Mas, por conta da crise a planta fechou de 2016 para este ano.

Agora, com duas plantas, uma em Guarulhos e outra, em Sorocaba, a Bardella enfrenta as mais duras consequências de uma crise financeira.

Em Sorocaba, em 2014, 60 trabalhadores foram demitidos, no ano seguinte foram 91. Em 2016, 176 e neste ano, até agosto a empresa mandou embora 204 demitidos. Mas os demitidos de 2016 e 2017 tiveram as rescisões parceladas.

Ação judicial

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) por meio de seu departamento jurídico está entrando com ação judicial para o bloqueio de bens da empresa. “Essa é uma ação para exigir o cumprimento dos direitos trabalhistas, como pagamento de salários e as multas previstas pela Convenção Coletiva”, afirma o advogado do Sindicato, Márcio Mendes.

A operação Lava-Jato agravou os problemas financeiros da empresa que sempre contou com grandes volumes de encomendas, mas que nos últimos anos, teve contratos cancelados e suspensos. A Bardella de Sorocaba recebeu um calote milionário da empresa petroleira OGX, de Eike Batista.

Sob a gestão do mesmo presidente, José Roberto Mendes da Silva, “a empresa também tem milhões de reais a receber de serviços realizados e entregues para empresas como Petrobras e Eletrobras”, explica Tiago Almeida.

Por ser uma empresa Socidade Anônima (SA), os balanços anuais da Bardella estão disponíveis para consulta no site da empresa www.bardella.com.br

Em 2016, a carteira de encomenda consolidada representada pela receita líquida de contratos a executar encerrou o ano em R$ 461 milhões. Em 2015, era de R$ 651 milhões.

Em Araras

Os trabalhadores na empresa Duraferro/Bardella estão em greve desde quarta-feira, dia 14 devido aos salários atrasados. Sem uma perspectiva de rápida solução o Sindicato da base de Araras, ingressou com ações judiciais contra a empresa Duraferro/Bardella.

Em uma dessas ações o Sindicato requisitou o bloqueio dos bens da empresa Duraferro. A Justiça do Trabalho determinou a indisponibilidade do imóvel (terreno e prédio) em que a empresa está instalada na Estrada Municipal Fábio da Silva Prado.

tags
Bardella convênio greve Metalúrgicos
VEJA
TAMBÉM