Como deputado federal pela legenda do PSDB, desde 2015, Vitor Lippi (PSDB) representa bem o capital financeiro. Ele, que já foi prefeito de Sorocaba por dois mandatos (de 2005 a 2012), veste a camisa neoliberal ao apoiar reformas que maximizam os lucros do setor empresarial.
Votou a favor da Reforma Trabalhista, em abril. Conforme suas declarações nas rádios e em sua rede social, também é a favor da Reforma da Previdência, que acaba com a digna aposentadoria.
Seus posicionamentos não passam despercebidos, pois são ataques diretos à justiça e à democracia. Em defesa dos cortes de direitos trabalhistas ele chegou a acusar advogados de serem aliciadores de trabalhadores.
A 24ª subseção da Ordem dos Advogados rebateu sua acusação com a divulgação de uma nota de repúdio. Entre os pontos da nota, a OAB/Sorocaba destaca que “estranha-se ainda mais as constantes agressões do deputado Vitor Lippi à Advocacia, na medida em que tem se socorrido com frequência de advogados e advogadas para lhe defender em ações de improbidade administrativa contra ele promovidas”.
Como suplente da Comissão Especial da Câmara, que analisou a proposta de Reforma Trabalhista (PL 6787/16), ele já havia desferido ataque à advocacia quando disse que 90% das ações trabalhistas dos brasileiros eram fraudulentas.
Na ocasião, a OAB Sorocaba fez o contraponto ao afirmar que “em decorrência da crise econômica agravada em 2016, estima-se que mais de 60% das ações trabalhistas em trâmite no Brasil digam respeito a diretos básicos como vínculo de trabalho, pagamento de verbas rescisórias e FGTS”.
Lippi ainda percorreu entidades para fazer palestra sobre outras mentiras em defesa da Reforma Trabalhista, que entrará em vigor a partir de novembro. Por isso, recebeu escracho do Levante Popular da Juventude em abril de 2016, após a votação do impeachment, que golpeou a democracia brasileira e outros movimentos sociais e sindicais.
Terceirização irrestrita
O discurso do deputado da RMS não tem credibilidade, mas sua atuação em Brasília, na Câmara dos Deputados, só traz prejuízos à soberania do país. Como aliado de Temer (PMDB) ele é um dos responsáveis pela aprovação da terceirização irrestrita.
As empresas já estudam substituir a mão de obra empregada por pessoas jurídicas (PJ), em todas as áreas. “Setores administrativo e recursos humanos das indústrias estão entre os primeiros a serem pejotizados ou terceirizados. Com a terceirização para atividade-fim, fica mais fácil para o empresário precarizar o mundo do trabalho como um todo”, analisa o secretário de organização, Izídio de Brito.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) quer barrar a nova lei na Justiça, com o Ministério Público do Trabalho.
Defesa tucana
Lippi sempre esteve envolvido, em cenário nacional, com os aliados do capital financeiro. Chegou a defender o ex-presidente do PSDB, Aécio Neves, envolvido em corrupção e que teve prisão decretada: “é um problema do comportamento dele, que respinga no Partido”, arriscou-se dizer Lippi, à rádio Ipanema.
É bom lembrar que Lippi pediu votos para Aécio. Assim, como também apoiou o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), que está preso.
Até quando?
2018 está aí. O Brasil vive a pior recessão de toda sua história. Desemprego, lojas e indústrias fechando as portas. Até quando o discurso de Lippi e outros aliados de Temer vai se sustentar?
A próxima batalha a ser enfrentada é a Reforma da Previdência. O posicionamento do SMetal e CUT é o de resistir. “Apesar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ter declarado que a Câmara não precisa ouvir o povo, lutaremos pelo retorno do sistema democrático em nosso país”, destaca o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.