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Editorial

A palavra de ordem é defender o trabalho digno

Editorial da Folha Metalúrgica desta semana fala sobre as mudanças da relação entre trabalhadores e patrões, após a reforma trabalhista. E sobre o papel da categoria, do SMetal e da convenção coletiva

Imprensa SMetal
Reprodução
A data-base da campanha salarial dos metalúrgicos de 2017 é 1º de setembro e o lema da campanha é

A data-base da campanha salarial dos metalúrgicos de 2017 é 1º de setembro e o lema da campanha é

As relações do mundo do trabalho mudaram a partir da aprovação da reforma trabalhista. Apesar de vigorar apenas a partir de 11 de novembro, os empresários sentem-se “empoderados” pela nova lei e agraciados pelo governo federal. Eles terão mais recursos e formas para lucrarem com a desproteção trabalhista.

Como ficam os trabalhadores diante dos novos desafios? Tendo em vista as desmedidas proporções de força entre patrão e empregado, se não houver representação sindical para as conquistas da categoria não haverá avanço nos direitos por trabalho digno e muito menos em benefícios, como Programa de Participação nos Resultados (PPR).

É de se pensar que a reestruturação, tendo como base a reforma trabalhista, deve começar a atingir fábricas que tenham pouca mobilização dos trabalhadores, que não tenham o local de trabalho organizado. Isso, pela simples constatação de ser mais fácil conduzir precarização onde não há resistência.

O SMetal é historicamente uma entidade de luta. A Convenção dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região assegura à categoria da base uma ampliação de direitos, como o piso salarial, por exemplo, que vai de R$ 1.309,87 a R$ 2.011, dependendo do porte e do ramo de atividade da empresa.

Se não houvesse a Convenção Coletiva, que serve tanto ao associado como para toda a categoria, o piso seria o normativo do Brasil, que é o salário mínimo, de R$ 937.

É por isso, que o setor patronal, com o apoio da Fiesp e de políticos patrocinados por eles, são porta vozes da grande imprensa para bater nas entidades que representam os trabalhadores, como sindicato e até a Ordem dos Advogados.

O que mais tem se discutido e visto na TV? São questões que tratam do imposto sindical e não a retirada de direitos, como as cláusulas da nossa Convenção que garante mais dignidade a você, metalúrgico e à sua família.

Historicamente, o SMetal, como sindicato da CUT, é contra o imposto sindical. Nossa Central Única dos Trabalhadores não negocia com Temer (PMDB), um presidente ilegítimo e corrupto. Mas, nesta semana diversos veículos de comunicação trouxeram a notícia de que UGT e Força Sindical, com receio do fim da estrutura sindical sentam-se para negociar com o governo para a criação de uma contribuição via medida provisória.

Se há uma campanha sistemática e dirigida pelo empresariado contra sindicatos, há pressão para que trabalhadores não se associem. Portanto, a sustentação da entidade fica comprometida e o trabalhador mais vulnerável.

A desmobilização se volta contra os próprios trabalhadores, que ficam à mercê, como peixes frágeis à frente do tubarão, que é a direção da empresa.

Vivemos um momento crucial na história do país. Ou, juntos, nos fortalecemos contra as investidas dos empresários (capital financeiro) ou sobrarão apenas migalhas para os trabalhadores, do chão de fábrica ao administrativo (os primeiros que serão terceirizados).

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