Dezenas de sindicatos com sede em Sorocaba também se organizam para a greve geral, marcada para acontecer em todo o País nesta sexta-feira, convocada por oito centrais sindicais — CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB contra os projetos de reforma trabalhista, previdência e terceirizações, propostos pelo governo federal e em tramitação no Congresso Nacional.
Na semana passada, um encontro organizado pela Frente Brasil Popular e pelo Fórum Sindical reuniu representantes de mais de 60 categorias, na sede do Sindicato dos Rodoviários, para traçar detalhes do movimento na cidade.
Entre os dirigentes sindicais o discurso é bastante parecido: em geral, as categorias devem parar, mas não foram divulgados, por enquanto, detalhes de como, em que horários ou com que tipo de ações de protesto isso deve acontecer. Algumas categorias reconhecidas por sua força de mobilização, como os metalúrgicos (além dos trabalhadores do transporte coletivo), já decidiram que irão cruzar os braços na sexta-feira. Durante a semana, assembleias e reuniões estão definindo as estratégias de participação destes trabalhadores no movimento.
Em relação ao transporte coletivo, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região informou ontem que 100% dos ônibus vão parar nesta sexta. A paraliação terá adesão dos trabalhadores do transporte urbano, intermunicipal, rodoviário, de fretamento e de cargas por 24h, das primeiras horas da madrugada até as 23h59, em 42 municípios das regiões de Sorocaba e de Itapeva.
“Estamos aconselhando que ninguém saia de casa neste dia”, disse Maria Aparecida Cassetari, membro da diretoria do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região. Segundo ela, a intenção do sindicato é de que nenhuma agência funcione nesta data, “inclusive por uma questão de segurança”. “Os superintendentes regionais dos bancos já estão sendo avisados que isso deve acontecer.”
Nunca visto antes
Entre os professores, a adesão deve ser grande no grupo dos que atuam no ensino público, liderados pela Apeoesp, mas também deve acontecer entre os docentes de escolas particulares. “Nunca vi professores de escolas particulares preocupados se vão ou não parar. Mas dessa vez estamos recebendo vários telefonemas querendo saber sobre a situação”, comentou Fábio Luís Pereira, diretor jurídico do Sindicato dos Professores de Sorocaba e região (Sinpro).
“Não digo que irão parar 100%, mas alguns vão parar sim, pois se sentem mais atingidos ou já não tão pressionados”, completou Fábio Pereira, que classifica a proposta de reforma trabalhista como uma “demolição” dos direitos dos trabalhadores. “O sindicato tomou uma posição e está pedindo aos professores que parem. E o sindicato patronal já está comunicado oficialmente desta paralisação.”
O Sincomerciários Sorocaba, sindicato que representa os trabalhadores do comércio, também participou da reunião entre as entidades que pretendem aderir ao movimento na sexta-feira. “Reunimos 62 categorias que estão unânimes em parar mesmo. O comércio deve ser afetado não somente no Centro, mas também nas grandes avenidas”, disse o presidente da entidade, Ruy Amorim.
Entre os servidores municipais, a expectativa também é de paralisação. O presidente Salatiel dos Santos Hergesel disse que uma assembleia ainda seria realizada para oficializar a decisão, mas que a categoria está unida pelo movimento. “Percebemos essa adesão dos servidores e da população também.” Na área da saúde, há intenção de parar, segundo o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Sorocaba e Região (SinSaúde), Milton Sanches. “Na saúde sabemos que é um pouco mais difícil, mas deve haver paralisações sim.”