Teve início na tarde desta terça-feira, dia 21, na Câmara dos Deputados, as discussões em plenário sobre o Projeto de Lei 4302, de 1998, que permite a terceirização de todas as atividades das empresas.
Por volta das 18h, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou, durante a sessão, que a proposta deve ser votada na quarta-feira, dia 22, após acordo firmado em reunião com líderes partidários.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) e coordenador da subesede Sorocaba da CUT, Ademilson Terto da Silva, a proposta é nociva para os trabalhadores, pois “terceirizar é sinônimo de precarizar”. “O que eles querem é acabar com direitos garantidos pela CLT e ampliar a exploração dos trabalhadores”, completa.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), trabalhadores terceirizados ganham 25% menos que empregados diretos, trabalham três horas a mais por semana e ficam 2,6 anos a menos no emprego.
O PL 4302, de autoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), não é a mesma proposta aprovada em 2015 pela Câmara dos Deputados e que agora está no Senado (PL 4330 e PLC 30), sob relatoria de Paulo Paim.
Até o fechamento desta edição, às 19h, os deputados continuavam a discussão da matéria no plenário da Câmara Federal. Se aprovada, a proposta segue direto para sanção do presidente Michel Temer (PMDB).
Caravana
Trabalhadores de diversas categorias de Sorocaba e região foram de ônibus a Brasília para participar da mobilização contra a terceirização, convocada pela CUT e demais centrais sindicais. O intuito da organização é convencer os deputados a votarem contra a proposta.
No total, três ônibus saíram do SMetal na noite de segunda-feira, dia 20. Cerca de 30 metalúrgicos de Sorocaba participaram da mobilização.