Pela terceira vez consecutiva, e quinta no ano, o preço da cesta básica em Sorocaba apresentou queda. Entre setembro e outubro, a redução foi de 0,29%, passando de R$ 607,91 para R$ 606,16, ou seja, R$ 1,75 pago a menos pelo consumidor. O Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA), da Universidade de Sorocaba (Uniso), divulgou ontem o boletim da Cesta Básica Sorocabana.
Neste ano, o preço da cesta básica sorocabana acumula uma alta de 8,64%, índice bem superior ao acumulado no mesmo período do ano passado (4,35%), e também à inflação medida pelo IBGE (IPCA-15) deste ano (6,11%). Apesar disso, a alta da cesta acumulada no ano caiu de 8,95% em setembro para 8,64% até outubro.
Pela ordem, a tendência de redução do custo apurado começou em março quando o índice registrado foi de -0,62%, teve continuidade em abril (-0,56%), agosto (-0,18%) e setembro (-0,33). Conforme o levantamento, dos 34 itens pesquisados, o leite longa vida foi o que mais apresentou queda em outubro (-14,16%), cotado a R$ 2,91 o litro ante R$ 3,39 em setembro.
Com a chegada do período das chuvas, diz o coordenador do trabalho, o professor e economista Lincoln Diogo Lima, a qualidade das pastagens é favorecida. Isso contribuiu para a redução dos custos, até diante do menor uso de ração para alimentar o gado. Além disso, a demanda interna continuou baixa, o que impactou no preço final. Mesmo assim, o leite ainda tem o seu custo final ao consumidor elevado, se comparado ao mesmo período de 2015, quando o litro foi cotado a R$ 2,48.
Outro produto cujo preço também apresentou queda foi o feijão carioca (-11,12%). Em setembro, o preço médio do quilo passou de R$ 10,52 para R$ 9,35 em outubro. A redução teve como causa o baixo consumo e o avanço da colheita. A diminuição, porém, não foi suficiente para reverter a alta registrada no ano, que já chega a quase 90%. Para se ter ideia, no começo de 2016, o preço médio do feijão estava em R$ 4,93.
O terceiro item que registrou queda foi a cebola (-10,71%), passando de R$ 1,68 o quilo, para R$ 1,50 em outubro. O produto acumula queda de 60,7% no ano, resultado do aumento da produção por conta do clima favorável e, ainda, pela importação de cebolas da Argentina.
Os ovos também estão entre os que tiveram queda em outubro (-4,82%): seu preço médio no mês passado era de R$ 5,60; já em outubro ficou em R$ 5,33. O principal motivo foi a redução da demanda.
A batata, em compensação, foi o item que mais apresentou alta no mês de outubro (10,19%), interrompendo uma tendência de queda que vinha ocorrendo desde julho. Sua cotação no mês foi de R$ 3,46 ante R$ 3,14 em setembro. Comparativamente ao mesmo período do ano passado, o aumento foi da ordem de 31%. A variação, segundo Lima, se deveu às fortes chuvas com granizo que prejudicaram a colheita e a qualidade em algumas regiões.
Subiu, também, a farinha de mandioca que foi de R$ 3,06 o pacote de 500g para R$ 3,25 (quinta alta consecutiva apurada). Em outubro de 2015, o produto era vendido a R$ 2,73. Aumentou, ainda, o frango, que em setembro foi cotado a R$ 5,45 o quilo e, em outubro, chegou a R$ 5,77 (alta de 5,87%). O aumento da exportação da ave para o Japão e a valorização do produto em relação ao dólar diminuíram a sua oferta internamente e elevaram o preço.