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A culpa é do mordomo

Michel Temer cada vez mais mostra o que estava por traz da trama armada para derrubar o governo petista: a repressão contra a população e o favorecimento das elites financeiras

Imprensa SMetal
Divulgação

Michel Temer cada vez mais mostra o que estava por traz da trama armada para derrubar o governo petista: a repressão contra a população e o favorecimento das elites financeiras.
Desde que assumiu a cadeira de presidente, como representante da conspiração golpista, já atacou vários direitos trabalhistas e diversas garantias sociais que beneficiavam a população de baixa e média renda.

Agora, o presidente com traços de mordomo de filme de terror, resolveu atacar as liberdades constitucionais dos brasileiros. E não teve escrúpulos para fazer isso aos olhos da opinião pública mundial, durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Por ordem de Temer, toda manifestação política contrária ao governo vem sendo reprimida durante os jogos. Dezenas de pessoas foram retiradas de estádios e ginásios por gritar Fora Temer ou por portar cartazes de papel com denúncias contra o golpismo.

A Globo e outros veículos de comunicação, representantes das elites que dão sustentação ao governo Temer, não noticiam os casos de repressão e censura durante as Olimpíadas. Essa omissão é antiga e revela uma das formas de manipulação utilizadas pela “grande mídia”.

Conforme explicou o jornalista Paulo Henrique Amorim durante palestra no SMetal em dezembro de 2015, o falecido dono das Organizações Globo, Roberto Marinho, tinha uma frase que ilustrava a maneira como a empresa dele manipulava a opinião pública: “O importante não é o que a Globo mostra. É aquilo que a Globo não mostra”, dizia a velha raposa que ajudou a manter a ditadura no Brasil.

A crise econômica é outro sintoma da estratégia golpista, pois tem fortes contornos políticos. A oposição aproveitou-se da tensão econômica mundial para contaminar o país, por mais de um ano, com um clima de pessimismo e ódio. O mercado sentiu o baque da instabilidade política e social.

O único segmento atendido por Temer é aquele que não suportava ver famílias de trabalhadores embarcando com eles nos aeroportos, que ficava indignado com jovens humildes estudando nas mesmas universidades que os filhos deles, que se revoltava ao ver operários comprando casas próprias.

O ódio político propagado pelos golpistas transformou-se em falta de solidariedade e violência social entre os cidadãos. Violência que vem aumentando no Brasil e que agora foi institucionalizada pela repressão governamental à liberdade de expressão durante as Olimpíadas.

Como um serviçal das elites, Temer representa a volta do pensamento conservador e burguês ao poder. Por isso, podemos dizer seguramente que a situação caótica atual do Brasil, como nos filmes de suspense, é culpa do mordomo.

Talvez agora os trabalhadores e estudantes que se deixaram usar pelo movimento golpista repensem suas posições. Se antes gritaram Fora Dilma, agora não têm liberdade de gritar Fora Temer. E podem perder ainda mais liberdades e direitos no futuro, caso não haja união e mobilização popular contra o retrocesso que vem sendo implantado pelos articuladores do golpe.

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