A Embraer, com 5,6 pontos, foi a única entre as 12 grandes companhias brasileiras analisadas no estudo sobre países emergentes a obter nota acima de 5 em uma escala que vai de 0 (empresa menos transparente) a 10 (mais transparente).
O relatório “Transparência em Relatórios Corporativos: Avaliando Multinacionais de Mercados Emergentes” analisou 100 empresas sediadas em 15 países e que operam em 185 mercados.
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Segundo o estudo, 75% das empresas analisadas obtiveram pontuação abaixo de 5 no teste. A nota média foi de apenas 3,4 pontos, levemente abaixo do resultado da última pesquisa, em 2013.
Para a ONG, os resultados “ruins” atestam que a grande maioria das empresas de países emergentes “não mostra bom desempenho em relação à transparência de suas atividades, criando um ambiente que proporciona a proliferação da corrupção nos negócios e nos lugares onde operam”.
A Embraer está entre as 20 empresas consideradas mais transparentes pelo estudo. A fabricante de cosméticos Natura obteve a segunda melhor pontuação (4,7) entre as empresas brasileiras analisadas.
A lista inclui companhias que são alvos da investigação da Lava Jato, como a Odebrecht e o grupo JBS, que obtiveram, respectivamente, 3,6 pontos e 3,1 no teste. Questionada pela BBC Brasil, a JBS preferiu não se pronunciar.
O grupo Camargo Corrêa obteve apenas 2,1 pontos no estudo. Ele possui várias empresas, entre elas a construtora que é alvo da Lava Jato. Em nota, a empresa informou:
“A holding Camargo Corrêa S.A. esclarece que as informações sobre os programas de combate à corrupção das empresas que compõem o seu portfólio de negócios não foram levadas em consideração na referida análise e reitera que exige das empresas nas quais participa o contínuo aprimoramento, com adoção das melhores práticas internacionais de governança e compliance”, se referindo à área que visa a garantir o cumprimento de normas legais e também monitora as atividades da companhia para evitar e detectar irregularidades nos negócios.
A companhia têxtil Coteminas, que pertence à família do ex-vice-presidente José Alencar (1931-2011), é a brasileira com a pior nota no relatório, apenas 1,1 ponto.
Seu presidente, Josué Gomes da Silva, disse à BBC Brasil que a empresa “buscará aperfeiçoar seus relatórios de modo a adotar as melhores práticas quanto a divulgação das ações anticorrupção, criação de canais de denúncia e formas de combate a desvios, já que o recente relatório da Transparência Internacional aponta deficiências de divulgação que a companhia precisa corrigir”.