O candidato José Serra pode, sim, reclamar do desconforto do confronto entre militantes do PT e PSDB em Campo Grande, no Rio de Janeiro, na última terça.
Mas ele não poderia, como fez, dizer que passou mal devido a um “objeto pesado” (uma bolinha de papel, como pode se perceber pela leveza com que ela quicou ao tocar a careca do candidato) que o atingiu na cabeça.
Não fosse o registro providencial do cinegrafista Jorge Wilson, do SBT, a artimanha poderia até sensibilizar alguns eleitores, o que lhe renderia alguns votos. Mas o registro cinematográfico o transformou no Rojas desta campanha eleitoral.
Pior ainda foi ele procurar o médico Jacob Kligerman, que o diagnosticou com tonteiras e náuseas.
O doutor Jacob é ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro na gestão do ex-prefeito Cesar Maia, o dono DEM naquele estado e aliado fidelíssimo dos tucanos.
Se a queixa de Serra já dava pouca credibilidade ao eleitor, a imagem do papel e o comprometimento partidário do doutor Jacob suplantam qualquer intenção de Serra crescer nas pesquisas com o factóide.