Para aprofundar o debate sobre a indústria do aço no Brasil e encaminhar propostas para ampliar o nível de emprego e as condições seguras de trabalho no segmento, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) vai realizar nos dias 19 e 20 de julho, em Belo Horizonte (MG), Encontro Nacional dos Trabalhadores na Siderurgia.
Segundo o secretário geral em exercício da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, que também coordena, na entidade, o setor siderúrgico, além desses objetivos, na atividade pretende-se discutir também ações sindicais conjuntas e unitárias para assegurar equidade de direitos aos metalúrgicos das empresas siderúrgicas.
“Além de acompanhar e estimular as Redes Sindicais de Trabalhadores na Gerdau, na Usiminas e na ArcelorMittal, a CNM/CUT tem procurado se apropriar cada vez mais de informações sobre a siderurgia no Brasil e no mundo e os impactos da conjuntura do setor sobre os metalúrgicos”, afirmou Loricardo.
Como exemplo dessa linha de atuação, o dirigente da Confederação citou a sua presença no 47º Congresso Brasileiro do Aço, que aconteceu nos últimos dias 8 e 9, em São Paulo, ao lado da técnica da Subseção do Dieese da CNM/CUT, Cristiane Tiemi.
O evento, organizado pelo Instituto do Aço e dirigido especialmente a empresários, debateu o futuro o segmento sob a ótica da indústria. “É importante para nós acompanharmos eventos dessa natureza, para sabermos o que os empresários estão pensando e o que podemos propor tanto para eles quanto para o governo”, destacou Loricardo.
Além de avaliar a conjuntura política e econômica, o Congresso empresarial debateu a situação do segmento e a preocupação empresarial com o mercado chinês (país que domina a indústria mundial do aço). Discutiu ainda qual o formato ideal – sob a ótica patronal – para a economia brasileira e como as empresas podem se adequar à chamada indústria 4.0 [expressão que está sendo utilizada para denominar o que está sendo chamada de nova revolução industrial, que – entre outras coisas – aprofundará a automação no ramo].
Loricardo disse que, no Congresso, ficou claro que o olhar empresarial continua sendo para o mercado externo e que a indústria siderúrgica espera estímulos do governo para a exportação. “Além disso, o tom predominante nos debates é que o empresariado não vê saída imediata para crescimento econômico do país e que, portanto, é preciso reduzir custos com demissões e com a adoção de medidas estruturantes pelo governo, como as reformas da Previdência Social e da CLT”, contou o coordenador do setor siderúrgico da Confederação.
“Nós entendemos que, em vez de só focar na exportação, é preciso medidas que estimulem a produção nacional, o mercado interno. Mas, para além disso, entendemos que é preciso pensar que tipo de trabalho se quer no Brasil e em quais condições ele deve ser desenvolvido. Esse será um dos nossos desafios no encontro que faremos em julho”, ponderou o secretário geral em exercício.
Em sua opinião, muitas das propostas da CNM/CUT podem ser a solução para os problemas que o segmento atravessa. “Em fevereiro, já apresentamos algumas sugestões para o governo federal [leia aqui] e, em novembro de 2015, debatemos propostas com o Instituto do Aço [leia aqui]. Entendemos que a defesa dos interesses dos trabalhadores – que é a função primordial de nossas entidades sindicais – também passa pela formulação e apresentação de propostas para a política industrial em todos os segmentos que compõem o ramo metalúrgico. E a indústria siderúrgica é a base de todas elas”, pontuou Loricardo.