O reajuste salarial de 9% conquistado pelos metalúrgicos de Sorocaba e região no último mês de setembro vai injetar, no prazo de 12 meses, um total de R$ 110,5 milhões na economia dos 14 municípios que fazem parte da base do Sindicato da categoria. A maior parte dos recursos, R$ 94,9 milhões, será paga aos trabalhadores do município de Sorocaba.
O estudo de impacto do reajuste metalúrgico na economia regional foi elaborado pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) dos metalúrgicos de Sorocaba.
Até agosto, o total de salários pagos (massa salarial) por mês aos 40 mil metalúrgicos da região era de R$ 94,6 milhões. Com o reajuste de setembro, esse valor saltou para R$ 103,1 milhões por mês. O acréscimo de R$ 8,5 milhões mensais multiplicados por 13 meses (12 salários e o 13º, contemplados pelo acordo coletivo) resultam em R$ 110,5 milhões, que vão ajudar a aquecer a economia regional.
Consumo
Para efeito de comparação, com os R$ 110,5 milhões do reajuste metalúrgico é possível comprar 1.381 casas populares (R$ 80 mil cada) ou 4.420 carros populares zero quilômetro (R$ 25 mil cada) ou, ainda, 65.000 TVs de LCD Full HD 32′ com conversor digital (R$ 1.700, em média).
O salário médio do metalúrgico na região de Sorocaba é próximo de R$ 2.200. Dos 40.778 metalúrgicos da região, 32.581 (79,9%) estão concentrados em Sorocaba.
O levantamento do Dieese leva em conta tanto o salário da produção quanto do setor administrativo das fábricas. A base de cálculo foi o reajuste médio de 9%, desconsiderando variações pontuais, como o aumento de 15% no piso salarial das autopeças e o reajuste de 7,5% nas micro-empresas do grupo 10 (oficinas mecânicas).
O estudo não somou outras remunerações dos trabalhadores no período, como participação nos resultados (PPR) e adicional de férias.
Acordo da CUT
O acordo salarial aplicado em Sorocaba foi negociado com as bancadas patronais pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), que representa 13 sindicatos no estado. O diretor sindical de Sorocaba e região, João de Moraes Farani, é também vice-presidente da FEM.
“O estudo do Dieese prova que quando lutamos por melhores salários para os metalúrgicos, eventualmente realizando até paralisações e protestos, acabamos por beneficiar não somente a categoria, mas toda a sociedade, elevando o nível de consumo e fomentando a economia regional”, analisa o presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva.