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Prestação de contas

Santa Casa apresenta balanço do primeiro quadrimestre

Em audiência pública presidida pelo vereador Izídio de Brito (PT), gestor geral do hospital, José Luiz Pimentel, apresentou comparativo entre dados do terceiro quadrimestre de 2015 e do primeiro quadrimestre de 2016

Secom Sorocaba
Erick Pinheiro

José Luiz Pimentel prestou contas do hospital do primeiro quadrimestre de 2016

Em audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira, 18, no plenário da Câmara Municipal, o gestor geral da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, José Luiz Pimentel, prestou contas do hospital do primeiro quadrimestre de 2016. A sessão foi conduzida pelo vereador Izídio de Brito (PT), presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, que também é formada pelos vereadores Fernando Dini (PMDB) e Pastor Apolo (PSB).

Compuseram a mesa principal da audiência, além de Izídio de Brito e do gestor da Santa Casa, o vereador Carlos Leite (PT); o diretor substituto do Departamento Regional de Saúde (DRS XVI), Ricardo Leão; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde, representando o Conselho Municipal de Saúde, Milton Sanches; e o superintendente do Hospital Santa Lucinda, Carlos Drisostes. Também participaram da audiência pública os vereadores Francisco Moko Yabiku (PSDB), Antonio Carlos Silvano (SD) e Marinho Marte (PPS).

Para a exposição dos dados da Santa Casa, Pimentel estabeleceu um comparativo entre os números do terceiro quadrimestre de 2015 com o primeiro de 2016. Entre os itens apresentados, o gestor explicou que houve redução de leitos disponíveis entre os períodos (de 190 para 170 leitos) por conta da saída do atendimento de pediatria no hospital, transferido para o Gpaci. Pimentel ressaltou ainda que o número de leitos ativos, totalizando 163, corresponde ao que é efetivamente contratado pelo SUS. Ele ainda afirmou que não houve redução de leitos ocupados entre os períodos e demonstrou que a taxa de ocupação na internação global subiu de 86,3% para 100%.

Outro dado destacado pelo próprio gestor foi a taxa de mortalidade institucional, de 11,7%. Ele disse que a Santa Casa é um hospital de pronto socorro, não atende convênios ou operadores de saúde. Com isso, segundo Pimentel, 70% dos pacientes da Santa Casa têm mais de 70 anos idade, a maioria apresentando quadros graves de saúde. “Não posso comparar com outros hospitais de Sorocaba, que têm um perfil de população atendida totalmente diferente. Este número está dentro do padrão, desde que comparado com hospitais de mesmo perfil”, justificou.

Quanto aos leitos de UTI disponíveis, o gestor informou que 12 são contratados pelo Ministério da Saúde, restando oito ainda dependendo de homologação do ministério para efetuar a contratação. A UTI neonatal conta com seis leitos, também com leitos suplementares em processo de homologação – dentre os quais três são utilizados por bebês que precisam apenas ganhar peso na UTI.

Pimentel destacou também a abertura, no dia 1° de maio, do pronto socorro de fraturas e traumas na Santa Casa, para realização de atendimento que era realizado na UPH Zona Leste. O gestor defendeu que a referida mudança favorece o encaminhamento de pacientes, que antes transitavam entre unidades básicas de saúde sem resolução. Segundo ele, a nova configuração melhora também a utilização de ambulâncias do Samu. “O paciente é encaminhado pelo médico direto para a Santa Casa, onde temos dois médicos ortopedistas atendendo 24 horas por dia”, finalizou.

Por fim, na totalização dos dados financeiros foi demonstrado aumento de gastos de R$ 23.543.111,89 no terceiro quadrimestre de 2015 para R$ 25.230.799,41 no primeiro quadrimestre de 2016. Pimentel defendeu que o custo operacional do hospital na realidade diminuiu, e o aumento de despesas deve-se a pagamentos de fornecedores, referentes a dívidas remanescentes do ano anterior.

Questionamentos e manifestações: O vereador Francisco Moko Yabiku perguntou ao gestor da Santa Casa qual seria o número ideal de leitos para Sorocaba. Pimentel disse que a estimativa, segundo preconizado pelo Ministério da Saúde para a população de Sorocaba (reduzindo o número de munícipes que têm convênio médico), seria de mais 300 leitos, “para ficar numa situação mais confortável”, conforme o gestor.

Já diante de questionamentos de Carlos Leite sobre falta de materiais hospitalares, Pimentel reconheceu que houve problemas pontuais de fornecimentos, mas disse que isso ocorreu com empresas devidamente licitadas, e informou que o hospital está procurando soluções. “Se a empresa licitada não cumpre, tem todo um trâmite burocrático, legal, para concluir esse processo”, concluiu.

Ainda a Carlos Leite, o gestor falou que o número de infecções hospitalares registrados está dentro de padrões internacionalmente aceitos. Quanto a isso, ele voltou a justificar os dados por conta do perfil de pacientes atendidos no hospital. “Temos recebido pacientes com alto grau de complexidade, e são pacientes com sistema imunológico comprometido, a chance de pegar infecção hospitalar é maior. Só tem pacientes graves, idosos na sua grande maioria e com comorbidades importantes”.

O vereador Antonio Carlos Silvano, em seguida, tomou a palavra para fazer diversas críticas à Santa Casa e ao atendimento de saúde em geral de Sorocaba. “Infelizmente a população foi enganada, porque Pannunzio prometeu um hospital municipal, disse que ia construir mais unidades pré-hospitalares e melhorar ao extremo a saúde”, argumentou. “Nessa administração veio um aventureiro chamado Armando Raggio para cuidar da Saúde. Ele planejou a central de regulação, que até hoje não funciona. Não existe critério, prioridade para quem tem uma doença grave. Vemos tantas pessoas morrerem por falta de atendimento”, desabafou o vereador, citando diversos casos de mau atendimento na Santa Casa e dizendo que diariamente recebe reclamações referentes ao hospital.

Por fim, o parlamentar questionou a Pimentel como está o atendimento de oncologia na Santa Casa. O gestor respondeu que o setor de oncologia está funcionando e informou que nesta quarta-feira foi iniciada a demolição de uma das áreas que compunha o antigo núcleo de especialidades médicas, onde vai ser construída a casamata para receber um acelerador linear prometido pelo Ministério da Saúde. “Houve liberação da construção da casamata por parte do Ministério da Saúde, foram eles que licitaram essa construção e a aquisição do equipamento. Esperamos que até o final do ano possamos receber o novo equipamento, porque o equipamento de cobalto até o final do ano deixará de funcionar. Com isso vamos conseguir melhorar o atendimento”, finalizou Pimentel.

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