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Editorial

Setores da direita já cobram favores de Temer

O processo de impeachment ainda corre no Senado, mas o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB) já canta de galo. Além do áudio que ele gravou como tentativa de primeiro discurso como presidente

Imprensa SMetal
Divulgação

O processo de impeachment ainda corre no Senado, mas o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB) já canta de galo. Além do áudio que ele gravou como tentativa de primeiro discurso como presidente, ele já está recebendo pressão de seus apoiadores para a composição do tal governo imaginário.

O PMDB nunca conseguiu chegar à presidência da República via eleições democráticas. José Sarney assumiu após Tancredo Neves vencer eleição indireta no Colégio eleitoral pós-ditadura. Itamar, que era do PRN, foi para o PMDB antes do impeachment e renúncia de Collor – nesse caso, com crime de responsabilidade comprovado.

O próprio jornal Estadão, um dos apoiadores desse golpe político-jurídico-midiático, destacou em reportagem publicada na segunda-feira, dia 25, que as bancadas de políticos do Congresso reconhecidos por representar interesses da Bala, da Bíblia e do Boi, têm pressionado Temer a mudar o Estatuto do Desarmamento, a alterar a demarcação de terras indígenas, entre outras pautas conservadoras.

Parlamentares ruralistas, evangélicos e defensores de propostas ligadas aos interesses do poder econômico já se articulam para terem espaço no imaginário governo Temer. Não foi à toa que eles deram seus votos a favor do impeachment.

Parte da Força Sindical, comandada pelo deputado federal Paulo Pereira (SDD), está articulada com os interesses golpistas e também se manifestou querendo abocanhar favores em troca do apoio oficial que ela concedeu nesse processo.

De onde vieram a maioria dos votos da Câmara para o andamento do golpe? Justamente da bancada dos parlamentares que se apresentam como empresários. E o que eles querem? A pauta é clara e anunciada: além de atender os ruralistas e a bancada da bala, o poder econômico quer a flexibilização dos direitos trabalhistas.

A classe trabalhadora não pode se enganar. O que está por trás do discurso de acabar com a corrupção é apenas a luta do poder pelo poder. A direita se articula para defender seus interesses e, se possível, esmagar a classe que depende do trabalho para sobreviver.
Nossa luta é por dignidade humana e por isso, nossas pautas são baseadas em justiça social. Não queremos uma sociedade preconceituosa, alienada e escravizada. Por isso, resistimos ao golpe e a esse projeto de direita liderada por corruptos como os peemedebistas Eduardo Cunha, Michel Temer e Paulo Skaf, da Fiesp.

Para acabar com a corrupção, o Brasil precisa é de reforma política, para acabar com essa estrutura de poder que possibilita propinas, conchavos e acordos mesquinhos.

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