A aprovação da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na noite de ontem domingo (17) na Câmara dos Deputados, repercutiu imediatamente na imprensa internacional. Para o jornal argentino Página/12, “o golpe institucional contra Dilma já está em marcha”.
Além disso, segundo o jornal britânico The Guardian, “a vasta maioria dos 150 deputados que estão implicados em crimes, mas protegidos por seus status como parlamentares” votou “sim” pelo impeachment de Dilma.
Veja a repercussão nos jornais pelo mundo:
Página/12
Segundo o jornal argentino, “o golpe institucional contra Dilma já está em marcha”. “Seis horas depois de iniciada a votação, a sorte da atual mandatária parecia cantada, e os que impulsionavam o impeachment davam de barato que obteriam os 342 votos necessários para sustentar o juízo político muito antes dos que os que oporiam ao processo obteriam os 171 votos que teriam freado o ‘golpe brando’ em marcha.
The Guardian
O jornal britânico The Guardian aponta que “a vasta maioria dos 150 deputados que estão implicados em crimes, mas protegidos por seus status como parlamentares” votou “sim” pelo impeachment de Dilma. Já antes dos 342 votos a favor do prosseguimento do processo, o periódico com sede em Londres noticiava que o partido da presidente, o PT, já concedia a derrota.
The New York Times
O jornal norte-americano deu a manchete do site para a aprovação do pedido de impeachment. No texto em que relata a aprovação, fala dos efeitos para a democracia brasileira. “Alguns analistas políticos dizem que eles se preocupam com o fato de que o movimento para impedir Rousseff causaria danos duradouros à jovem democracia brasileira, reestabelecia em 1985 após duas décadas de ditadura militar”, afirma o periódico.
El País (Espanha)
O periódico espanhol destacou o fato de que boa parte dos deputados que votaram a favor do processo de impeachment citarem Deus – e colocou, como título em uma de suas matérias sobre o assunto, que “Deus derruba a presidente do Brasil”. “A imensa maioria dos 513 deputados que votaram neste domingo a favor do impeachment pareceu se esquecer dos verdadeiros motivos que estavam em discussão. Os deputados defenderam a destituição de Rousseff pelas razões mais diversas: ‘por minha esposa Paula’, ‘pela minha filha que via nascer e por minha sobrinha Helena’, ‘pelo meu neto Gabriel’, ‘pela tia que me criou’, ‘por minha família e meu Estado’, ‘por Deus’, ‘pelos militares de 64 [do golpe]’, ‘pelos evangélicos’, ‘pelo aniversário da minha cidade’, ‘pela defesa do petróleo’, ‘pelos agricultores’, ‘pelo café’ e até ‘pelos vendedores de seguros do Brasil'”.
La Jornada (México)
A aprovação do impeachment também foi destaque principal do jornal mexicano La Jornada. “A ampla derrota de hoje na Câmara baixa supõe um duro golpe para Rousseff, reeleita em novembro de 2014 por uma estreita margem de 3,5 milhões de votos, já que ele a põe à beira da destituição, depois de vários meses em níveis mínimos de popularidade”, afirma o Jornada.