A ditadura militar no Brasil teve ampla participação de pessoas civis que foram responsáveis também pela opressão a todos os direitos da sociedade, pela repressão truculenta contra estudantes e trabalhadores.
O período da ditadura, de 1964 a 1985, prendeu, torturou e matou muitas pessoas que protestavam contra o sistema imposto, contra o autoritarismo.
Em Sorocaba, o estudante de geologia da USP, Alexandre Vannucchi Leme, que estudou na escola municipal Getúlio Vargas, foi uma das vítimas da ditadura. Ele foi assassinado em 1973, após ter sido preso ilegalmente.
A polícia da época, comandada pelo governo autoritário, perseguia os opositores do ciclo militar – eles não queriam, de jeito nenhum, a participação popular no governo. Era a elite brasileira governando apenas para e pelos interesses da elite.
Naquela época, era considerado crime se reunir em grupos com mais de três pessoas, discutir projeto para a sociedade, participar do movimento estudantil ou de grupos culturais que tinham uma visão mais social. Era crime também se organizar em associações, sindicatos e em outras entidades que pudessem contestar a imposição de cassetetes no lugar da construção do diálogo e de ações coletivas.
Os civis e militares que participaram do golpe de Estado, em 1964, estavam “defendendo” seus privilégios.
Não queriam reforma política, não queriam reforma agrária, nem a reforma educacional que garantissem qualidade ao ensino público, eram contra a ampliação dos direitos e garantias civis. Poderiam viver bem apenas a elite empresarial e essa minoria poderia fazer o que bem entendesse do Brasil.
Mas o povo deste país não aceitou isso. Foi às ruas, houve muita mobilização e mais de 40 organizações revolucionárias que lutaram contra esse período tão difícil e truculento.
Finalmente, a abertura se deu, o novo tempo amanheceu e a democracia chegou em 1989, após uma transição lenta, e foi assim com muito suor, muito sangue derramado e um povo marcado por chicotadas da Casa Grande.
Podemos dizer que nossa democracia, com menos de 30 anos, é ainda muito indefesa contra os resquícios fortes daquele tempo. Exemplo claro é o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que governa por decreto e desrespeita toda a sociedade.
Apesar de todos os educadores e instituições sérias como UFSCar, USP, Unicamp, Ministério Público se declararem contra a tal da ‘reestruturação’ da rede estadual, ele simplesmente faz um decreto para concretizar a barbárie (Diário Oficial do dia 1º de novembro).
Ele não se importa com o bem público, deu várias mostras de autoritarismo frente aos seus mandatos. É clara sua proposta de terceirizar e depois, privatizar o ensino.
Primeiro passo para isso é sucatear. Alckmin dá vivas às redes particulares e que se dane a educação dos filhos dos trabalhadores, que se virem em busca de qualidade.
Hoje, policiais militares sob o comando desse tucano, dão ‘gravata’ em estudantes adolescentes que lutam por um ensino público de qualidade. Qualquer semelhança com o autoritarismo do passado não é mera coincidência.