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Trabalho

Trabalhadores da Intertrim e Trimtec conquistam reajuste de 11%

Greve terminou após empresa atender reivindicação da categoria

SMetal São José dos Campos
Nilton Cardin

Trabalhadores foram agredidos por grupo ligado à Força Sindical

Após 19 dias em greve, os trabalhadores das empresas Intertrim e Trimtec, fornecedoras das principais montadoras do país, voltaram ao trabalho nesta segunda-feira (30). A paralisação já havia afetado a produção de veículos na General Motors, Toyota, Honda, Hyundai, Volkswagen e Ford.

As duas fábricas, localizadas em Caçapava (SP), pertencem ao grupo espanhol Antolin e estavam paradas desde o dia 12. Com a greve, as empresas cederam à pressão e atenderam à reivindicação da categoria.

Os trabalhadores conquistaram 11% de reajuste para salários de até R$ 2.500 (acima desse valor será aplicado um reajuste de 10,33%), abono de R$ 1.400, vale-alimentação de R$ 200, estabilidade no emprego de 100 dias e reversão de 19 demissões ocorridas durante a greve. Os trabalhadores compensarão apenas 50% dos dias parados e os salários serão pagos na íntegra.

Antes da paralisação, a empresa havia oferecido 10,33% de reajuste, sem abono e qualquer outro benefício.
Juntas, as duas fábricas possuem 715 trabalhadores.

Agressões

Antes da assembleia, por volta das 6h, um grupo de aproximadamente 70 pessoas contratadas para tumultuar e acabar com a greve agrediu trabalhadores (inclusive mulheres) que estavam em frente às fábricas, tentando forçá-los a voltar ao trabalho.

Essas pessoas se identificaram como sendo ligadas à Força Sindical e, depois de terem agredido os trabalhadores, entraram nas fábricas e ali permaneceram, deixando claro que tinham o consentimento da empresa.

Apesar das agressões, os trabalhadores da Intertrim e Trimtec mantiveram a paralisação. Eles só decidiram acabar com a greve depois de a empresa acatar a reivindicação da categoria.

Montadoras paradas

A greve na Intertrim e Trimtec afetou diretamente as montadoras General Motors, Toyota, Hyundai, Honda, Volswagen e Ford, que pararam a produção semana passada em razão da falta de peças.

“Os companheiros da Trimtec e Intertrim estão de parabéns. Todas as conquistas só vieram por conta da mobilização desses trabalhadores, que em momento algum puderam contar com o apoio do Sindicato dos Têxteis. Vamos continuar ao lado deles e lutando para que sejam reconhecidos como metalúrgicos”, afirma o membro da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Representação sindical

Os funcionários também estão em luta pela mudança da representação sindical. Atualmente agrupados pelo Sindicato dos Têxteis de Taubaté, filiado à Nova Central Sindical, eles exigem ser enquadrados como metalúrgicos, uma vez que Trimtec e Intertrim produzem peças para veículos.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, filiado à CSP-Conlutas, já entrou com um processo na Justiça do Trabalho para reivindicar o enquadramento das duas fábricas como metalúrgicas.

A greve teve o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos e da CSP-Conlutas.

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