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Editorial

Dia do Professor e a luta contra o desgoverno estadual

A rede pública estadual de ensino, assim como a municipal, pede socorro há tempos. Quem sai prejudicado com essa situação? Quem ganha com esse sucateamento do ensino?

Imprensa SMetal
Divulgação

O Dia do Professor comemorado nesta quinta-feira, dia 15, será marcado por manifestações de alunos e professores de toda a rede estadual em diversas cidades, incluindo Sorocaba e capital, contra a reestruturação do ensino proposta pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores), caso a proposta seja efetivada, cerca de 20 a 30 mil professores podem ser demitidos e mais de 150 escolas fechadas.

A intenção do governo estadual é a de acabar com as escolas que possuem o ensino fundamental I, II e o ensino médio. Agora contarão com apenas uma das modalidades – algumas atenderão só os estudantes do 1° ao 5°, outras do 6° ao 9° e outras apenas o ensino médio.

Em entrevista ao SMetal, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, disse que o discurso de Alckmin é mentiroso quando diz que está pensando em melhorar o ensino. Ela ressalta que essa reestruturação é reduzir as escolas em ‘caixinhas’. “Todos sabem que é importante a interação entre os alunos de várias idades.

Não há nada de pedagógico nisso, é apenas um enxugamento da máquina”.

Em Sorocaba, o ato Contra a Reorganização da Rede de Ensino Estadual acontece a partir das 9h, na Praça Cel. Fernando Prestes, no Centro.

As medidas foram anunciadas no dia 23 de setembro pelo secretário estadual da educação, Herman Jacobus Cornelis. Desde então estão sendo realizados protestos, mas que acabam passando em branco nas grandes mídias. O debate da educação interessa a todos e a classe dominante sabe bem disso. Por isso, mascara a verdade e esconde os fatos.

Um cidadão letrado, consciente e questionador pode alterar todo o sistema político de um país, pois passa a ser um sujeito transformador. Ou seja, uma pedra no sapato de políticos corruptos que fazem de seus mandatos um quintal para seus financiadores.

Cidadãos bem formados compreendem melhor o pacto federativo, aquilo que é competência do município, do estado e aquilo que é papel do governo federal. E por isso, separa o joio do trigo e conhece as instâncias que se pode cobrar/reivindicar. Cidadão bem formado, com educação de qualidade e digna, contribui para uma sociedade mais sustentável, menos consumista, mais coletiva.

Por isso, educação pública de qualidade sempre foi vidraça de políticos que têm como único compromisso cumprir as promessas que fizeram aos seus apoiadores e financiadores de empresas privadas, muitas delas com ações em redes privadas de ensino.

A rede pública estadual de ensino, assim como a municipal, pede socorro há tempos. Quem sai prejudicado com essa situação? Quem ganha com esse sucateamento do ensino? Pense, reflita e se organize!

A Apeoesp destaca que além de precarizar ainda mais as condições de trabalho e de aprendizagem, a medida desorganizará a vida das comunidades e dos profissionais.

Essas medidas ainda serão efetivadas pelas Diretorias de Ensino. O Ministério Público do Estado abriu um inquérito civil para apurar a reorganização.

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