Os metalúrgicos do ABC aprovaram greve geral e por tempo indeterminado nas fábricas da Região que não propuseram reajuste salarial repondo a inflação (9,88%). A assembleia ocorreu na noite desta quinta-feira (01/10) na sede de Diadema do Sindicato dos Metalúrgicos. A paralisação não se estende ao Grupo 8 e às montadoras e veículos.
As negociações da campanha salarial deste ano não foram fáceis para os 250 mil metalúrgicos representados pela FEM/ CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos) da Central Única dos Trabalhadores em São Paulo. A princípio, a entidade pleiteava o reajuste salarial pela inflação e mais aumento real. Porém, como a inflação em 12 meses até 1º de setembro ficou bem acima do esperado (9,88%), a categoria resolveu não insistir no aumento real.
As bancas patronais em negociação são as dos Grupos 2 (máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjaria e parafusos), Estamparia, Fundição, Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros) e Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros) e não aceitaram as reivindicações da categoria. Por isso, desde segunda-feira (28/09) os 14 sindicatos filiados a FEM realizaram protestos em algumas fábricas, atrasando as trocas de turnos em uma hora.
Sinalização
O Grupo 8 formalizou nesta quinta- feira a proposta de reajuste em 9,88% o que tornou-se referência para a categoria. O reajuste do grupo será efetuado da seguinte maneira: 7,88% pagos na data base (1º de Setembro) e 2% em 1º de fevereiro. O valor do 13º salário e de férias será reajustado em 9,88%.
” Não vamos aceitar nada a menos do que a reposição integral da inflação. E não vamos aceitar acordo por empresa, como fizemos o ano passado. Os acordos serão por grupos. Será greve geral e por tempo indeterminado a partir desta assembleia para todas as fábricas que não aceitarem repor a perda da inflação. Apenas no Grupo 8 e nas montadoras (que já foi negociado anteriormente) haverá expediente normal”, disse o secretario geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão.
De acordo com o sindicalista o valor do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) foi uma surpresa para a categoria. “Não esperávamos que chegaria a quase 10% a inflação do período e por isso, a princípio, queríamos aumento real, como pedimos na maioria dos anos. Mas, diante deste valor e a situação econômica do País, pedimos apenas a reposição da inflação”, explicou Wagnão.
Assembleias
Já a posição da categoria nas demais cidades do Estado será definida em assembleias dos sindicatos metalúrgicos filiados a CUT nesta semana. A primeira aconteceu no ABCD. Na sexta-feira, sábado e domingo, acontecerão nas bases dos metalúrgicos de Sorocaba, Itu e São Carlos.