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Editorial

A democracia exige ser cultivada e protegida

O editorial desta semana fala sobre o ato em defesa da democracia, da soberania nacional e contra os ajustes fiscais, que acontece neste sábado, dia 3, em Sorocaba e também, em todo Brasil

Imprensa SMetal
Divulgação

Tanto a assembleia de metalúrgicos nesta sexta-feira quanto o ato público programado para acontecer na praça central no sábado são exemplos concretos do real significado da democracia que os brasileiros conquistaram nas últimas décadas, após os anos de ditadura sombria e sangrenta que assolou o Brasil entre 1964 e 1985.

Sem a democracia, não poderíamos nos mobilizar para enfrentar a queda de braço com os patrões em busca de reajustes nos salários e de melhorias nas cláusulas sociais da convenção coletiva. Caso o impasse persistisse em alguma negociação coletiva, não poderíamos organizar protestos e paralisações como instrumentos de pressão a favor dos trabalhadores.

Se não fosse a democracia, não poderíamos nos manifestar contra as políticas econômicas e sociais do governo. Não poderíamos nos concentrar em praça pública para nos fazer ouvir pela sociedade e pelos governantes.

Sem o amadurecimento democrático, instituições que apóiam um determinado governo jamais poderiam fazer críticas a ele, ainda que fossem críticas pontuais. Todos seriam obrigados a defender o governo o tempo todo, na íntegra, sem restrições ou ponderações.

A democracia não é só o voto. Vai muito além. O ato de votar é um dos símbolos do Estado Democrático de Direito. É a liberdade de se expressar, limitada ao respeito ao próximo, ao equilíbrio emocional e à não-violência, aliada ao espírito de defesa das instituições que garantem a própria democracia.

Não é segredo que o SMetal e a CUT apoiam o modelo de governo que distribuiu renda, que promoveu programas sociais, que deu acesso a todos à educação em todos os níveis, que combateu a fome e a miséria, que olhou o Brasil como um todo, que deu crédito à população e gerou mais de um milhão de empregos por ano durante mais de dez anos. Esse modelo foi praticado nos dois mandatos do presidente Lula e no primeiro mandato de Dilma.

Agora, porém, temos fortes críticas à condução da política econômica do governo, sobretudo no que diz respeito aos cortes em áreas sociais que tiveram avanços duramente conquistados em anos anteriores.

A democracia nos permite exigir mudanças nos rumos do governo que ajudamos a eleger, nos permite exigir mudança de postura por parte da presidente, nos permite pedir a troca de ministros, nos permite exigir a taxação de grandes fortunas e o fim dos cortes nos direitos trabalhistas e sociais. Mas sem golpismos.

É incompreensível, portanto, haver brasileiros que, sob a desculpa de mais uma das muitas dificuldades econômicas e políticas que o Brasil já enfrentou, embarquem na onda conservadora que prega o retrocesso das liberdades civis no país.

Quem pensa no futuro da nossa sociedade, a curto, médio e longo prazos, acaba assumindo dois papéis, o de ir às ruas para exigir as mudanças necessárias na política econômica, a fim de proteger direitos sociais e trabalhistas, e, ao mesmo tempo, defender a continuidade do processo democrático no Brasil. O ato do dia 3 com certeza será prestigiado por esses defensores da democracia e da justiça social, em Sorocaba e no Brasil.

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