Os vereadores da Comissão Permanente de Saúde Pública e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Santa Casa fizeram uma visita surpresa ao hospital na manhã de hoje para apurar uma série de denúncias de irregularidades no local como: falta de equipamentos médicos e de materiais hospitalares, problemas estruturais, leitos fechados, falta de remédios e de roupas de camas, cancelamento de cirurgias eletivas, piora no atendimento aos usuários, entre outros.
Estiveram presentes os vereadores José Crespo (DEM), presidente da CPI, Izídio de Brito (PT) e Fernando Dini (PMDB), além do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região (Sinsaúde), Milton Sanches, e membros do Conselho Municipal da Saúde. A visita foi acompanhada pelo gestor da Santa Casa, José Luiz Pimentel.
Durante a visita, os vereadores e os membros do Conselho Municipal da Saúde percorreram quase todas as dependências do hospital, para verificar a situação geral da Santa Casa. A visita no terceiro andar do prédio principal, onde o local está em obras e inacabado, e com uma grande quantidade de equipamentos hospitalares como camas, macas, cadeiras de roda, televisões, e muitos móveis abandonados. O andar tem algumas paredes inacabadas e quando chove entra água. Os vereadores questionaram o gestor sobre as condições dos equipamentos e sobre a manutenção dos mesmos, mas Pimentel alegou que eles já estavam sucateados antes da intervenção do hospital pela Prefeitura, e que foram requisitados pela Irmandade da Santa Casa, antiga mantenedora.
No segundo andar, os vereadores encontraram 16 leitos do setor de pediatria que estão prontos há mais de dois anos, mas que não funcionam por falta de aparelhos de ar-condicionado. Questionado, o gestor disse que não há verba disponível para a compra dos equipamentos. No andar térreo mais 16 leitos que eram da maternidade também estão fechados por falta de estrutura física e equipamentos, e os leitos que foram usados durante a epidemia de dengue, que a cidade viveu no verão passado, continuam fechados
O gestor disse que o setor onde estão os leitos que foram usados pelos pacientes durante a epidemia da dengue estão apenas aguardando uma vistoria técnica para ser liberado. Ele alegou que o hospital conta com 233 leitos ativos e que atualmente a Santa Casa atende mais pacientes do que no ano passado porque a atual gestão conseguiu reduzir o tempo de internação dos pacientes, que era em média de 4,6 dias, e caiu para 3,8 dias.
Nos demais setores, área de internação geral, centro cirúrgico, UTI pediátrica, almoxarifado, farmácia e lavanderia mais irregularidades foram apontadas pelos vereadores: falta de roupas de cama, equipamentos para a realização de exames ultrapassados, falta de medicamentos e materiais hospitalares. Na UTI pediátrica, onde haviam dois bebês internados, as próprias funcionárias do setor relataram o problema de falta de material hospitalar, e a médica que estava no local citou a falta de alguns remédios, e que quando isso ocorre é preciso fazer o pedido de determinado medicamento, justificar e aguardar até três dias. Pimentel alegou que em relação aos remédios a Santa Casa fez uma padronização e que quando os médicos solicitam outros tipos de medicamentos é preciso justificar, mas que muitas vezes eles chegam em até 24 horas. O gestor alega ainda que existe um problema com um fornecedor de material hospitalar, mas que o fato já foi comunicado ao município, e que o hospital está estudando processar a empresa por não cumprir o que foi acordado.