O mineiro Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, tem mais de 60 livros publicados. Entre eles, “Batismo de Sangue” e “Nos subterrâneos da história”. Ele estará em Sorocaba, na sede do SMetal, no próximo dia 4, às 19h, para abordar o tema “Crise da modernidade: cidadão x consumista” em palestra gratuita e aberta ao público em geral.
Filho de escritores, pai cronista e mãe, autora de obras culinárias, Betto escreve bem desde criança, quando as professoras elogiavam suas redações.
Aos 17 anos, Betto se mudou para o Rio de Janeiro e como dirigente da Juventude Estudantil Católica (JEC) escrevia o boletim da entidade.
Quando o golpe de estado foi dado no Brasil, em 1964, ele tinha acabado de entrar na faculdade de jornalismo. No ano seguinte, entrou para os dominicanos e deixou a faculdade, mudando-se para São Paulo.
Como dominicano ele foi procurar trabalho e virou jornalista da revista ‘Realidade’, importante publicação da época. Depois, integrou a equipe do jornal Folha da Tarde, em 1967, passando pelas editorias de polícia, geral, variedades e crítica, até chegar a chefe de reportagem.
Ao mesmo tempo, Betto atuava no grupo de José Celso Martinez Correa, na montagem da peça ‘O Rei da Vela’.
Quando a repressão da ditadura civil e militar piorou, em 1968, o frei caiu na clandestinidade como militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de Carlos Marighella. Acabou preso em Porto Alegre, em 1969 e passou a escrever diariamente, da prisão.
Cinco anos de cadeia, oito presídios e uma farta produção de cartas a amigos e familiares. Em 1974, quando saiu da prisão Betto foi morar em uma favela em Vitória (ES) onde se dedicou às comunidades eclesiais de base. Nascia nessa época as obras “Das Catacumbas” e “O Canto da Fogueira”. Foi onde começou a escrever “Batismo de Sangue”.
Em 1979, ele voltou a São Paulo a pedido de Dom Claudio Hummes para cuidar da Pastoral Operária do ABC. Foi aí que conheceu Luiz Inácio Lula da Silva, começou sua militância sindical que culminaria na criação do PT e da CUT.
Entre 2003 e 2004, no governo Lula Betto exerceu o cargo de assessor especial da Presidência da República e foi coordenador da Mobilização Social do Programa Fome Zero.
Ele reuniu suas observações e reflexões dentro da esfera do poder, para rememorar o processo social que levou Lula à presidência em 2002.
Além de suas produções textuais o frei faz palestras, presta assessoria para Pastoral Operária e a movimentos sociais.
O SMetal fica na rua Júlio Hanser, 140, próximo da rodoviária.