Os trabalhadores na Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada em assembleia realizada na manhã de hoje (24). É um protesto contra demissões anunciadas pela montadora, que já começou a enviar telegramas para alguns funcionários, comunicando sobre os cortes.
A Mercedes não fala números de demissões, mas diz ter um excedente de 2 mil empregados na unidade de São Bernardo, aproximadamente 20% de seu efetivo. “Tem companheiros que começaram a receber os telegramas, mas a empresa informou que terá uma segunda parte sem informar quantos serão”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Sérgio Nobre, funcionário da Mercedes e secretário-geral da CUT. “Será um processo forte de luta até que a empresa revogue a decisão e todos os companheiros voltem a trabalhar”, acrescentou.
Na semana passada, depois de dois dias de negociação, a Mercedes não concordou em aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), por considerá-lo insuficiente. A empresa insistiu em proposta apresentada em julho, e rejeitada em assembleia, que previa redução de jornada e salários, diminuição de reajuste já previsto e congelamento de promoções. “Estamos certos de que a adoção do PPE é suficiente”, disse Nobre.
GM
Os metalúrgicos da General Motors em São José dos Campos, no interior paulista aprovaram em assembleia proposta de acordo negociada durante audiência na sexta-feira (21) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas. Pela proposta, que será submetida a mais uma votação, à tarde, os 798 trabalhadores que haviam sido demitidos entram em regime de lay-off (suspensão dos contratos) por cinco meses. Ao voltar, se houver demissão, o empregado receberá quatro salários nominais a título de indenização. Ele também poderá optar por sair antecipadamente, recebendo os cinco meses de lay-off mais a indenização. A GM abrirá ainda um programa de demissões voluntárias.