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Editorial

Ideias contribuem com a democracia, o ódio não

A palavra da diretoria desta edição fala sobre o uso irresponsável da internet e redes sociais, que, vem causando uma proliferação de ataques preconceituosos de intolerância política

Imprensa SMetal
Arte: Lucas Delgado/Imprensa SMetal

A internet e as redes sociais são um grande instrumento de democratização da comunicação. Um dos maiores avanços nessa área nas últimas décadas

Nada de bom pode surgir do ódio. Mas ultimamente o que se tem visto, principalmente, pelas redes sociais, é uma proliferação de ataques preconceituosos de intolerância política por meio de postagens que ‘viralizam’. São reproduzidas sem qualquer toque de razão, não há pesquisa, nem comprometimento com a apuração dos fatos, simplesmente incendeiam polêmicas a esmo.

A internet e as redes sociais são um grande instrumento de democratização da comunicação. Um dos maiores avanços nessa área nas últimas décadas. Por outro lado, é notável o uso irresponsável que a tem transformado nesse celeiro de cultivo do ódio e da intolerância.

Para se entender qualquer conjuntura é preciso o debate de ideias, mas isso não se conquista sem a devida paciência de se ouvir – e pela internet, como pelo Facebook, por exemplo, não há diálogo possível. Apenas verborragia para ressaltar uma “verdade”.

Já as manifestações de rua são tidas como imagens claras da democracia há décadas, desde que pediam melhores salários, condições de vida e redemocratização do Brasil. As ruas sempre foram protagonistas das pautas da classe trabalhadora. Mas uma oposição doentia e oportunista tem buscado usar esses atos como difusores do preconceito, vitimando instituições e pessoas com violência.

Pode ser justamente isso que a oposição pretende. Banalizar os símbolos da democracia e utilizá-los para preparar um golpe. Mas qual será o alvo do golpe? O alvo parece ser justamente a própria democracia, as liberdades individuais e coletivas e a busca por igualdade e fraternidade social.

O raciocínio da direita é simples e tradicional, mas repaginado pelas novas tecnologias: dividir (a população) para reinar sobre os escombros do que restar de sentimento de unidade no país. Essa é a fórmula do autoritarismo que se disfarça de “salvador da pátria” em momentos de crise, para depois sentar a botina na classe trabalhadora e nas classes menos favorecidas.

Afinal, quem banca a campanha golpista? É o grande capital nacional e internacional. São os especuladores financeiros, são os esnobes das famílias trilionárias que perderam poder nas últimas décadas.

Obedecem a trombeta do capital, segundo esclareceu o jornalista Paulo Henrique Amorim em entrevista à imprensa SMetal e publicada na revista Ponto de Fusão. De acordo com ele, que já trabalhou em vários jornais de alcance nacional, quem faz a propaganda golpista, disfarçada de notícia, em nome dos especuladores, dos fascistas, dos neoliberais e da direita são os grandes veículos de comunicação tradicionais. São a Globo, a Veja, a Folha de São Paulo, entre outros.

Nenhuma mudança que resulte do ódio trará melhorias para quem é civilizado, especialmente para a classe trabalhadora, para as mulheres, para os negros, para os jovens, para nenhum segmento que luta por uma sociedade mais igualitária, mais justa e fraterna.

A democracia no Brasil ainda é uma criança e precisa de bons exemplos!

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