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Coleta seletiva

Lippi manobra, impede votação e catadores protestam no Paço

Rodrigo Moreno e Carlos Laino, em nome do Paço, mudam votos da maioria dos vereadores e projeto sai da pauta

Imprensa Smetal Sorocaba
Foguinho/SMetal
Catadores e líderes da categoria foram até o Paço, mas prefeito vai recebê-los na quinta

Catadores e líderes da categoria foram até o Paço, mas prefeito vai recebê-los na quinta

O prefeito Vitor Lippi (PSDB) interferiu deliberadamente na sessão da Câmara desta terça-feira, 13, última antes do recesso parlamentar, e impediu a votação de um projeto de lei do vereador Izídio de Brito (PT), que instituía a coleta seletiva em Sorocaba com remuneração dos catadores.

Inconformados com a atitude do chefe do Executivo, um grupo de aproximadamente 30 catadores ligados a CORESO foram à sede do governo sorocabano. Eles queriam reunião imediata com Vitor Lippi, mas conseguiram audiência para quinta-feira, 15, às 10h30, no sexto andar do Paço.

A manobra
Depois de várias tentativas de negociação com a Prefeitura, Izídio, em acordo com a maioria dos 20 vereadores da Casa, conseguiu colocar o projeto em votação. O petista esperava contar com o apoio de pelo menos 10 parlamentares, o que garantiria a aprovação da proposta,

Mas logo cedo, antes da votação, Lippi escalou o secretário Rodrigo Moreno [Governo e Planejamento] e o assessor especial Carlos Laino para convencerem os vereadores a não aprovarem o projeto.

Eles conseguiram. Depois de várias investidas pessoais no plenário, a Câmara votou pela retirada do projeto de pauta por uma sessão. Como o Legislativo entra em recesso, a proposta só volta a ser discutida em agosto.

Além de Izídio, apenas França, Caldini Crespo, Ruby e Cláudio do Sorocaba 1 votaram em favor da coleta remunerada (veja placar da votação no final desta matéria).

O projeto
A proposta institui o Programa de Coleta Seletiva Solidária em Sorocaba.
Pela proposta do vereador, o Paço pagaria o mesmo valor – R$ 103 por tonelada – para os catadores, que deveriam se organizar em cooperativas.

Além de ampliar a coleta seletiva na cidade com inclusão e melhora dos rendimentos dos catadores, o vereador argumenta que a proposta também protege o meio ambiente. “O volume de reciclagem em Sorocaba seria imensamente maior e não aumentaria nenhum custo à prefeitura. Ela apenas iria deixar de pagar a empresa pela coleta convencional e passaria a remunerar os catadores”, conclui o parlamentar.

Lippi e a coleta seletiva
Quase na metade do seu segundo mandato, Lippi ainda não conseguiu por em prática um projeto de coleta seletiva que contemple os catadores e o meio ambiente.

O Paço ainda sofre com denúncias de irregularidades em pelo menos uma cooperativa criada com apoio da prefeitura, além da pressão da Coreso, que exige apoio do prefeito ao projeto do vereador Izídio, que institui coleta seletiva com remuneração dos catadores.

Na edição desta terça, o jornal Cruzeiro do Sul publicou denúncia de irregularidades na Ecoeso. Ao menos 9 integrantes da Ecoeso estiveram no Paço, no começo da tarde desta terça, para protestar contra a direção da cooperativa.

No mesmo horário, cerca de 30 integrantes da Coreso, criada sem apoio da prefeitura, também foram ao palácio dos Tropeiros protestar contra articulação do prefeito, que impediu a votação do projeto da coleta seletiva remunerada.

Alem da Ecoeso, a prefeitura também apóia outras duas cooperativas: Catares e Reviver. Estas ainda não se rebelaram contra o Paço.

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