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Metalúrgicos na Mercedes protestam contra demissão de 500 trabalhadores

Trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, protestaram na terça, 2, em frente uma concessionária da montadora em Moema, zona Sul da capital paulista, contra as 500 demissões anunciadas em 25 de maio

Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Divulgação

Cerca de 300 trabalhadores protestaram nesta terça-feira (2) contra as demissões anunciadas pela montadora

Em ato na manhã de ontem, os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, protestaram em frente a uma concessionária da montadora em Moema, zona Sul da capital paulista, contra as 500 demissões anunciadas em 25 de maio.

O objetivo era deixar claro à sociedade e clientes da marca a forma desrespeitosa que a empresa vem tratando os metalúrgicos no ABC.

Cerca de 300 companheiros que estavam em layoff (suspensão temporária de contrato de trabalho) conversaram com pedestres e distribuíram panfletos explicando a luta da categoria pela manutenção dos empregos na fábrica.

“O Sindicato mantém firme a disposição de luta contra qualquer atitude unilateral que a Mercedes possa tomar”, afirmou o coordenador geral
do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max. O dirigente declarou que os companheiros seguem uma agenda de mobilizações para os próximos dias.

A montadora oficializou, por meio de telegramas enviados desde a semana passada, a demissão dos companheiros que estão em layoff há um ano e deveriam retornar no próximo dia 15. Na última segunda, 7.500 trabalhadores ligados a produção entraram em férias coletivas, com volta prevista para 16 de junho.

Apoio

O IG Metall, sindicato nacional dos metalúrgicos da Alemanha, apoia o movimento e enviou carta em solidariedade aos trabalhadores. Segundo a entidade alemã, será solicitado que as fábricas não produzam caminhões destinados a suprir a falta de veículos que pode ser causada caso os metalúrgicos no Brasil se vejam forçados a entrar em greve prolongada.

“A empresa não reconhece que quem faz seus melhores produtos são os trabalhadores que dedicam uma vida inteira à fábrica. Eles só estão pedindo o seu emprego de volta”, declarou o diretor Administrativo do Sindicato e CSE na montadora, Moisés Selerges. “Sabemos da difícil situação do setor, mas os trabalhadores seguem lutando pelo Programa de Proteção ao Emprego, o PPE”, continuou.

O PPE inverte a lógica atual, que beneficia o trabalhador quando ele já está desempregado. A proposta é para que seja mantido o emprego e o vínculo com a empresa, garantindo que ele se mantenha no posto de trabalho em momentos que a produção estiver em baixa. “Com isso, se cria uma garantia do emprego e também o retorno da atividade normal, com o reestabelecimento do mercado”, concluiu Moisés.

Em abril, após negociação com o Sindicato, a Mercedes cancelou as demissões anunciadas para o início de maio.

A suspensão da greve foi aprovada durante assembleia. Os trabalhadores na Mercedes entraram em greve por tempo indeterminado no dia 22 de abril, após a empresa ter feito o anúncio de demissão dos companheiros por meio de comunicado à imprensa.

Na época, o Sindicato encaminhou ofícios ao governo federal com pedido de urgência na adoção do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e de outras medidas de estímulo à economia.

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