Sonegação de impostos no Brasil é um tema áspero porque envolve finanças de grandes corporações. Em sua maioria, são elas as vilãs que fraudam o Estado, em bilhões de reais.
Os documentos da Operação Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal, no final de março deste ano, apontam empresas como JBS, Caoa, Gerdau, MMC, RBS e Anfavea, entre outras, suspeitas de serem beneficiadas em processos do Carf – órgão que julga recursos de autuações da Receita Federal.
Todos querem uma mudança dos sistemas político e eleitoral, mas como já tratamos neste espaço, é preciso ir além das acusações (que pouco contribuem). Para que o país possa, realmente, dar um passo largo e seguro rumo à consolidação da democracia é necessário mudar a própria conduta de sempre arrumar “um jeitinho” para não pagar o tributo devido, ou a multa, ou fugir de qualquer outra regra estabelecida pelo Estado de Direito.
No caso dos grandes empresários sonegadores falta caráter para assumirem um compromisso verdadeiro com o desenvolvimento da nação. Ao invés disso, desviam dinheiro público para fins privados.
Para isso, contam com a colaboração de pessoas corruptas (e do povo) infiltradas em todos os setores da sociedade.
Não se trata de questionar se a sonegação é alta porque os tributos são altos ou são altos os tributos e por isso, a sonegação é alta. Ou a lei vale para todos ou não se avança.
É preciso vergonha e coragem para da prática a construção de uma cidadania ética. Muitos endeusam a Europa, os Estados Unidos, qualquer parte do exterior, mas ao olhar para o seu próprio quintal não consegue visualizar o próprio lixo que produz e acumula. É preciso olhar para si mesmo e também se reformar.
Nossa luta é, e sempre foi, desde o nascimento desta entidade sindical, pelo avanço da sociedade, em defesa da ordem democrática, pela ampliação dos direitos, pelo combate da desigualdade. Por isso, não há dois pesos e duas medidas quando se pensa no coletivo.
Os casos de corrupção, principalmente, os que envolvem verba pública, têm que ser investigados e punidos os culpados. Para que o crescimento possa ser com inclusão social.