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Editorial/Jornal Cruzeiro do Sul

O exemplo da Toyota

Num momento da economia brasileira em que muitas empresas repensam, adiam e até suspendem investimentos, a multinacional Toyota confirma, em 2016, investimento de R$ 100 milhões na planta de Sorocaba

Jornal Cruzeiro do Sul

Num momento da economia brasileira em que muitas empresas repensam, adiam e até suspendem investimentos, a multinacional Toyota confirma o plano (anunciado em janeiro) de investir R$ 100 milhões na sua planta industrial de Sorocaba.
E a Toyota não está sozinha nessa atitude. Outras cinco empresas, entre as que divulgaram os seus planos, estão investindo em Sorocaba: Carmar Oil & Gas, Mettalica, Grupo VMF, Exco Brasil e a PepsiCo. São atitudes exemplares de indústrias que acreditam em Sorocaba e também no Brasil.

Todas essas empresas fazem valer na prática o tradicional conceito do mundo empresarial de que as crises, em meio às lições contidas nos diferentes graus de riscos e de testes de sobrevivência, também oferecem oportunidades que não podem ser perdidas ou descartadas.

As crises são cíclicas. Em ritmos diferentes, têm hora para começar e para acabar. Dependendo do perfil da empresa, as decisões tomadas nesse período de retração econômica podem garantir uma travessia de risco calculado. Ou podem levar a empresa à falência.
O certo é que, numa época de baixa atividade econômica, a empresa tem muitas vezes que se reinventar para garantir a preservação de sua estrutura com o mínimo de sequelas possível. E a reinvenção pode passar até mesmo por mudanças de rumo na exploração de nichos de mercado. Algumas se juntam, unindo forças, e essa atitude garante a sobrevivência do conjunto.
Depois de o Brasil fechar 2014 com o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente estagnado, vem o Fundo Monetário Internacional (FMI) indicar retração de 1% para a economia brasileira. Natural que, num cenário como esse, empresas pisem no freio dos investimentos e repensem os seus planos.

Quando, em meio a esse clima, empresas como a Toyota e as outras cinco que seguem o seu exemplo confirmam a manutenção de investimentos, isto é mais do que boa notícia. São atitudes que demonstram confiança na superação da crise que o País atravessa e, cada uma à sua maneira, fazem a parte que lhes cabe.

E investimentos são medidas estratégicas porque geram emprego, proporcionam recolhimento de impostos, injetam ânimo positivo no clima de preocupações e contribuem para a superação dos momentos difíceis.

A Toyota exibe números positivos. Segundo reportagem publicada na quarta-feira pelo Cruzeiro do Sul, na página B1, no primeiro trimestre de 2015 a comercialização de veículos novos da marca cresceu 12% em relação ao mesmo período de 2014. Em todo o ano passado, a montadora japonesa já tinha vendido 11% mais do que em 2013. A multinacional ressalta que, somente em relação à venda do modelo Corolla, a elevação neste ano até o mês de março foi de 65% em relação ao ano passado.
Esses números merecem destaque. Confirmam que cada um tem que fazer a sua parte com seriedade e eficiência: de um lado, as empresas, por meio dos seus investimentos e estratégias de ação; de outro, os trabalhadores, por intermédio de melhorias do nível educacional e de qualificação profissional.

O que se espera é que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) também cumpra a sua parte e isto inclui a participação do deputados e senadores no Congresso Nacional. A presidente enviou ao Congresso um projeto de lei de ajuste fiscal, que prevê economia de gastos a partir de cortes em setores do governo que são essenciais, como a área da educação.
O governo trabalha com a possibilidade de retomada do crescimento a partir da implementação do ajuste fiscal. Mas, para que esse plano se concretize, vai depender de sintonia e diálogo com o Congresso, o que está difícil.

Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), precisam se entender e superar suas diferenças. Precisam encontrar solução para a crise política que os coloca em frequências opostas. Do contrário, as incertezas podem se perpetuar por mais tempo e quem perde são todos os brasileiros.

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