Segundo pais de alunos, até mesmo os ovos de Páscoa chegaram atrasados na EM Quinzinho de Barros
Escolas municipais de Sorocaba voltaram a ter problemas com a merenda esta semana, desta vez, pela falta de alimentos. Pais relataram que nos últimos dias faltaram itens como arroz, feijão, hortaliças, frutas e pães. A Prefeitura admite que está ciente das dificuldades da empresa contratada para gerir o serviço, a ERJ Administração e Restaurantes de Empresas, e que a entrega dos mantimentos estaria sendo normalizada ontem.
O analista de faturamento Henrique Melo Junior, 21 anos, comenta que o problema ocorreu na creche onde o filho de dois anos estuda, a CEI 63, ao lado do Paço Municipal. “Ontem (terça-feira) só tinha leite e pão seco. Hoje (ontem) eles falaram que iam dar sopa de feijão. É um absurdo não ter mais nada”, revolta-se. Ele conta que o filho é intolerante a leite de vaca e, por conta do excesso do líquido, passou mal. Para amenizar o problema, Junior conta que mandou lanche para o filho ontem, e que soube que outros pais também o fizeram. ]
A auxiliar administrativa Leila Schiavo, 24, relata que na creche que a filha frequenta, a CEI 66, na Vila Haro, também faltam alimentos e que ontem pela manhã os itens necessários para preparo das refeições não havia chegado. À tarde, a unidade recebeu arroz e feijão, segundo a informaram quando ela ligou na creche.
Além dos alimentos do dia a dia, Leila acrescenta que os ovos de Páscoa também chegaram atrasados, sendo entregues apenas na última terça-feira. “Os alunos só tiveram este ano por causa do dinheiro da APM, segundo nos informaram”. Problema semelhante foi enfrentado em outras unidades, como na EM Quinzinho de Barros, que recebeu os ovos faltando meia hora para as crianças irem embora antes do feriado.
Nádia Tesoto, tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores em Refeições de Sorocaba e Região (Sindirefeições), informa que o sindicato não chegou a investigar a fundo o problema, mas que recebeu reclamações de merendeiras nesta semana sobre a falta de alguns itens, principalmente hortifrutigranjeiros.
Prefeitura e empresa
A Secretaria da Educação (Sedu) informou, por meio do Serviço de Comunicação (Secom), que está ciente das dificuldades que a empresa terceirizada está tendo para atender as unidades escolares e que a ERJ estaria normalizando as entregas ontem. “Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas, inclusive é estudada a possibilidade de encerramento do contrato com a empresa”, diz a nota.
A ERJ declara que o abastecimento para os próximos cinco dias está ocorrendo em quantidade suficiente para cumprir o cardápio nesse período e que a falta de gêneros alimentícios é pontual. A empresa também alega que os ovos de Páscoa foram levados às unidades escolares em sua totalidade em 2 de abril e nega ter havido entregas posteriores.
