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Internacionalização do aeroporto de Sorocaba continua no papel

Internacionalização do aeroporto de Sorocaba - o mais rentável do Daesp - deve atrair mais aeronaves que geram mais empregos e o fortalecimento do mercado de oficinas de aviões

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal
Presidente da Associação de Proprietários de Hangares Particulares do Aeroporto, Ari Bordieri Jr

Presidente da Associação de Proprietários de Hangares Particulares do Aeroporto, Ari Bordieri Jr

A construção da torre de controle do aeroporto estadual de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz (SDCO), administrado pelo Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), ainda não tem data prevista, mas atualmente está no processo de topografia, conforme informações do departamento.

De acordo com o presidente da Associação de Proprietários de Hangares Particulares do Aeroporto, Ari Bordieri Jr, que reivindica a torre há 15 anos, o complexo sorocabano de manutenção de aeronaves é um dos mais importantes do país, com 42 empresas que empregam cerca de mil trabalhadores.

Bordieri afirma ainda que o SDCO é o mais rentável aeroporto sob gerência do Daesp. O volume de manutenção gera um aporte de R$ 30 a R$ 70 milhões de dólares por ano.

Grandes empresas como Casas Bahia, Lojas Cem, entre outras, utilizam os serviços prestados no aeroporto de Sorocaba, que tem cerca de seis mil operações por mês. Conforme informações de Bordieri, em 2014 foram 68 mil pousos no total.

Com a torre de controle o aeroporto será homologado para operação por instrumentos. Isso significa que poderá operar em qualquer clima e em qualquer horário. Essa mudança deve elevar o número de operações.

É o que aposta Bordieri, um dos que lutam pela internacionalização do aeroporto, junto com a ex-deputada Iara Bernardi e o próprio secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Geraldo Almeida Filho.

Internacionalização

Desde 2013, durante seu mandato como deputada federal, Iara Bernardi (PT) articulou os trâmites e participou de reuniões sobre a internacionalização do aeroporto entre esferas municipal e federal.

“Como o aeroporto de Sorocaba é voltado para vôos executivos, é importante que ele seja internacional porque vai atrair ainda mais vôos para cá e desenvolver também o setor hoteleiro, além de empregar mais”, afirma Iara.

A internacionalização não significa que Sorocaba oferecerá viagens comerciais para o exterior. Segundo a caracterização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) considera-se aeroporto internacional aquele em que são satisfeitas as formalidades de alfândega, de polícia de fronteira, de saúde pública e de vigilância agropecuária.

A classificação significa que os jatos executivos que operam no aeroporto poderão fazer o desembaraço do vôo na cidade, antes de partir para fora do país. “Atualmente, quando um jato chega do exterior ele precisa passar em um aeroporto internacional para o processo de nacionalização e, da mesma forma, a aeronave instalada aqui precisa ir para Guarulhos ou Campinas, por exemplo, para a internacionalização antes de seguir viagem”, explica Bordieri.

Para a internacionalização do aeroporto sorocabano é preciso haver a adesão da Polícia Federal, da Secretaria da Receita Federal, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. São esses órgãos públicos que prestarão os serviços para liberação das aeronaves executivas.

Iara ressalta que durante as negociações apenas a Receita Federal colocou um impedimento. “Ela [a Receita] afirma que não há recursos humanos para implementar essa internacionalização aqui, mas o que propomos não é uma base fixa da Receita e/ou dos demais órgãos no aeroporto. Pode ser feito por agendamento de horário. Assim, os funcionários seriam enviados conforme solicitação prévia do serviço”, esclarece.

Ela também destaca a proximidade com o porto seco de Sorocaba, além da elevação do nível de segurança operacional no aeroporto.

O secretário municipal de desenvolvimento, Geraldo de Almeida Filho, comentou ao SMetal que o perfil das empresas estabelecidas no aeroporto de Sorocaba constitui demanda considerável justificando esse novo tipo de operação.

Outros benefícios da internacionalização incluem a diminuição da operação da aviação geral em Viracopos e Guarulhos, a dedicação direcionada do aeroporto para aviação executiva, melhora na qualidade do serviço por conta de otimização de tempo e conforto ao usuário, além de apoio dos centros de serviços e estoque de peças direcionado ao perfil do usuário.

Entre as empresas que têm base operacional na cidade estão: Embraer (centro de serviços), Dassault, Gulfstream, Conal Aviation Manutenção, Jet Center, entre outras, como as já citadas Casas Bahia e Lojas Cem e cervejarias.

Nacional

O Brasil conta com 4072 aeroportos, dos quais apenas 36 são internacionais. A frota de jatos executivos no Brasil é composta por 776 unidades, dos quais 258 (33,24%) estão baseados em São Paulo.

Em São Paulo, os únicos aeroportos internacionais são Guarulhos e Viracopos (Campinas) para atender a crescente demanda de tráfego aéreo internacional, sendo que os mesmos não disponibilizam hangaragem para aviação executiva.

Iara Bernardi e Geraldo Almeida Filho reuniram-se com o ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, em 2014;
em janeiro deste ano houve outra reunião sobre o assunto (foto: Divulgação)

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