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Editorial

Palavra da Diretoria – Somos todos seres políticos

É mais que necessária a união dos trabalhadores e o povo nas ruas para avançar na correlação de forças, apoiar e incentivar um programa de mudanças estruturais

Imprensa SMetal

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) publicou uma radiografia do novo Congresso Nacional, que acaba de tomar posse para legislatura de 2015 a 2019.

Esse mapa do poder legislativo revela que o Congresso eleito em 2014 é pulverizado partidariamente, liberal economicamente, conservador socialmente, atrasado do ponto de vista dos direitos humanos e temerário em questões ambientais.

Na Câmara dos Deputados houve a renovação de 47% dos parlamentares, já no Senado a dança das cadeiras atingiu 81%.

A radiografía está disponível para ser baixada no endereço: www.diap.org.br. Trata-se de uma publicação interessante para análise do processo político e eleitoral do país.

Por meio desse perfil socioeconômico da Câmara e do Senado podemos refletir sobre os limites e dificuldades que o poder executivo terá para governar.

Nós, do movimento sindical, assim como os movimentos sociais do país, temos uma agenda clara e definida de reivindicações que passam pela redução da jornada de trabalho, taxação de grandes fortunas, licença maternidade de seis meses e defesa da legislação de proteção ao meio ambiente.

Como essas são pautas que não integram a agenda de um Congresso Nacional altamente conservador, podemos concluir que 2015 será um ano de muitas lutas, visto que não podemos deixar de enfrentar esse debate.

É mais que necessária a união dos trabalhadores e o povo nas ruas para avançar na correlação de forças, apoiar e incentivar um programa de mudanças estruturais.

Podemos dizer que a principal delas é a reforma política, a mãe das reformas. O voto direto é uma enorme conquista democrática, mas a reforma política precisa ser feita em caráter de urgência porque há diversos fatores que são usados nas campanhas eleitorais que “ajudam” a garantir a vitória de determinados candidatos.

Ainda estamos passando pela fase de transição “quando o velho ainda não morreu e o novo ainda não nasceu”, ou seja, há muitos resquícios de oligarquia na política brasileira. Há muitas arestas para serem aparadas para se viver em uma democracia verdadeiramente consolidada.

Outro item central da reforma política é acabar com os chamados partidos de aluguel e as doações eleitorais feitas por empresas privadas, com interesses em obter vantagens nas decisões políticas.

Com esse Congresso que está aí, não podemos esperar que nós trabalhadores sejamos ouvidos espontâneamente. Temos que nos fazer ouvir.

A agenda que ganhou a eleição presidencial, além da reforma política, trata também da regulação da mídia e da continuidade de políticas públicas como saúde, moradia, educação, segurança e transporte.

Agora, mais do que nunca, é hora de se ler o poema de Bertold Brecht, “O Analfabeto Político”, e termos clareza de que “o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas”.

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