O Dia Nacional de Lutas desta quarta-feira, 28, tinha por objetivo reivindicar do governo necessidades concretas e imediatas da classe trabalhadora, como a correção da tabela do Imposto de Renda e a revogação das medidas provisórias que mexem em direitos como o seguro-desemprego, o auxílio-doença e o abono salarial. Essa era a meta da CUT, a maior e mais representativa central sindical do Brasil. Porém, diretores de outras centrais, como a Força Sindical e a CTB, motivados por uma paixão desesperada pelos holofotes da imprensa, desvirtuaram as intenções do ato. Transformaram a data em um amontoado de discursos sem foco – e carregados de ódio e demagogia – contra a presidenta Dilma.
No caso de Sorocaba, diretores da Força Sindical, CTB e UGT foram desleais com outras centrais e ainda tentaram utilizar metalúrgicos de Sorocaba como massa de manobra para suas atitudes oportunistas, visando virar assunto de ocasião na mídia local.
A manifestação que essas centrais fizeram no Parque das Águas foi organizada à revelia do Conselho Sindical que existe na cidade e traiu o diálogo que deveria existir com a subsede da CUT e com o Sindicato dos Metalúrgicos.
Não se trata de exigir de outras centrais satisfações à CUT ou ao SMetal. Porém, esperávamos de seus diretores maturidade para ter consideração para com os fóruns de discussão em comum e mais respeito às categorias das quais não são representantes, como é o caso dos metalúrgicos.
O ato que realizaram dia 28 parou indevidamente ônibus com metalúrgicos que rumavam para o trabalho. Alguns metalúrgicos desceram do transporte coletivo imaginando tratar-se de um ato da CUT ou do próprio SMetal, que já utilizaram o local antes para protestos e mobilizações.
Ao verem que o ato era organizado por sindicatos e centrais estranhos à categoria, muitos metalúrgicos ligaram para o SMetal e para as empresas para reclamar do piquete.
Mesmo forçando ao máximo a situação, as centrais não conseguiram reunir mais do que algumas centenas de pessoas no auge do evento.
O resultado concreto foi que várias empresas metalúrgicas agora ameaçam a descontar as horas de atraso dos funcionários. Quando a manifestação é organizada pelo SMetal, o próprio Sindicato responde às ameaças da empresas imediatamente com o aviso de que qualquer desconto no holerite vai resultar em protestos nas fábricas.
No caso do episódio desta quarta-feira, mesmo sem sequer saber da realização ao ato, ainda caberá ao Sindicato dos Metalúrgicos correr atrás do prejuízo e tentar impedir que as empresas descontem as horas paradas dos trabalhadores devido à irresponsabilidade de terceiros.
Mas a deslealdade e a concentração oportunista foi o jeito que alguns membros vaidosos da Força, da CTB e da UGT locais, infelizmente, encontraram para tentar virar notícia, pois pela atuação cotidiana deles nas lutas sociais e salariais em benefício dos trabalhadores que deveriam representar raramente merecem uma nota no pé de página de algum jornal.
Claro que o diálogo com essas centrais e com os sindicalistas, que montaram esse palanque oportunista, está comprometido. E essa é uma questão que o SMetal e CUT, diferente dos aventureiros, vão tratar nas instâncias corretas e de forma leal, porém com rigor.