A ocupação da ala de pacientes adultos da Santa Casa chegou a quase 100% no final do ano passado. O gestor da entidade, Francisco Fernandes, afirma que os leitos da ala SUS2 (voltada para pacientes adultos) precisam de expansão.
“Estamos no limite em algumas áreas e em outras dá para utilizar com alguma folga (caso da pediatria)”, destaca Fernandes.
Outra dificuldade apontada pelo gestor, durante reunião, realizada na tarde desta quinta-feira, para o balanço de um ano da requisição do hospital por parte da prefeitura, diz respeito aos equipamentos antigos que estão em funcionamento há 20 anos, sem melhorias.
O vereador Izídio de Brito (PT) que é o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal tomou a iniciativa de convocar a reunião devido à preocupação com o rompimento do contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS) anunciado pela diretoria do Hospital Evangélico, no mês de novembro do ano passado.
Santa Casa assume os leitos do Evangélico
Sorocaba ganharia um fôlego no atendimento com 36 novos leitos na Santa Casa, a partir do final deste mês, isso se não tivesse que assumir – a partir de fevereiro – os do Evangélico que deixa de operar com o SUS.
O gestor Fernandes explicou ao vereador Izídio e ao representante do vereador Apolo (PSB), Alexandre Schimmelpfeng, que também estava presente na reunião, que a Prefeitura questionou a equipe de gestão da Santa Casa sobre a possibilidade do hospital assumir os 36 leitos do Evangélico, sendo 18 clínicos e 18 cirúrgicos. “Como estamos reformando uma ala com 36 leitos, respondemos que podemos atender”.
Novas contratações
“O ponto crítico da requisição, de fato, não é jurídico, instrumental, é de recursos humanos”, ressalta o gestor.
De 150 pacientes por dia a Santa Casa passou a atender 200 após a requisição, sendo 100% pelo Sistema Único de Saúde. Em novembro do ano passado, foi autorizada a contratação de 180 funcionários de apoio para a infraestrutura. Fernandes conta que foram contratados 50 em dezembro e o restante neste mês de janeiro.
Parque tecnológico antigo
O gestor comentou também que em um ou no máximo dois anos haverá a necessidade de se modernizar todo o parque tecnológico do hospital que envolve equipamentos de exames. Um dos exemplos citados é o tomógrafo que tem 16 anos de uso com problemas na manutenção. “O equipamento realiza 1200 exames por mês, são cerca de 40 exames por dia”.
O vereador Izídio questionou o que barra a modernização desses aparelhos e o gestor ressaltou que esse investimento deve ser feito quando a Santa Casa tiver um dono, como uma Organização Social, por exemplo.
A equipe atual de gestão da prefeitura tem o prazo para atuar, estabelecido por lei, até o final deste ano. Mas os gestores esperam que o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB), que tem o voto de minerva na decisão, estabeleça a transição já no meio deste ano para que haja tempo hábil para a troca de comando.
Soluções
Para o presidente da Comissão da Saúde, Izídio, o prefeito Pannunzio deve buscar urgentemente outras parcerias e hospitais para não depender apenas da Santa Casa. “É necessária a construção do Hospital Municipal que já teve a Parceria Público-Privada aprovada com projeto de lei na Câmara, mas até agora não foi apresentado o cronograma de obras”, lembra o vereador.
Em fevereiro, o relatório da CPI da Saúde será entregue e apontará a omissão de Vitor Lippi (PSDB) enquanto secretário da Saúde de Sorocaba e durante seu mandato de prefeito. “Ele sabia de todos os problemas, conhecia os problemas da saúde na cidade e fez vista grossa”, ressalta Izídio.