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Aldo lança livro sobre legado de Alexandre Vannucchi contra regime militar

A história do estudante sorocabano Alexandre Vannucci Leme, assassinado durante a ditadura militar no Brasil, é contada pelo seu tio Aldo Vannucchi no livro que foi lançado na quinta-feira, dia 23

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O livro pode ser adquirido na Uniso Cidade Universitária ou pelo site www.editoracontexto.com.br

A história do sorocabano Alexandre Vannucci Leme, assassinado durante o regime militar no País, é contada pelo seu tio Aldo Vannucchi no livro que foi lançado na última quinta-feira (23), na Escola Estadual Doutor Júlio Prestes de Albuquerque (O Estadão), onde Alexandre estudou.

De autoria do professor Aldo, assessor especial da reitoria da Universidade de Sorocaba (Uniso), a obra “Alexandre Vannucchi Leme: jovem, estudante, morto pela ditadura” (confira abaixo introdução), pela editora Contexto, conta sobre o legado do estudante do quarto ano do curso de Geologia, da Universidade de São Paulo (USP), que se transformou em um dos símbolos da resistência militar em Sorocaba.

Aldo pensa que, para construir um País que se respeite as diferenças políticas e ideológicas, é preciso que “o cidadão tenha em mente o que representou para o Brasil os 21 anos de regime militar, para que nunca mais volte esse período”.

Alexandre Vannucchi Leme era aluno de Geologia da USP e membro da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Em 1973, aos 22 anos, foi preso e torturado até a morte.

O livro, por enquanto, pode ser adquirido na Uniso Cidade Universitária (Rod. Raposo Tavares, km, 92.5) ou pelo site www.editoracontexto.com.br.

Sobre o autor

Aldo Vannucchi, Assessor Especial da Reitoria da Universidade de Sorocaba (Uniso), é mestre em Filosofia e Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma e Licenciado em Pedagogia. Foi professor e diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFI), Reitor da Uniso e membro da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação.

Introdução do livro

Não sou historiador nem jornalista, mas o que me proponho a apresentar são fatos históricos que a mídia nacional e internacional registrou, vazados aqui em linguagem franca, repassada com a natural afetuosidade de um coração ferido pelo assassinato do jovem Alexandre Vannucchi Leme, mas sem recalque e sem desforra. O que se aponta aqui não é revanchismo, mas reparação histórica, em nome da justiça e da verdade.

Como tio de Alexandre, revivê-lo nestas páginas, quarenta anos depois de seu martírio, será um exercício de respeito e de dor, para encadear, com fidelidade, os laços preciosos de uma inapagável lembrança com os traços objetivos de uma história de páginas chocantes, que ainda não foram e nunca serão totalmente assimiladas.

Assumi essa penosa tarefa porque considero os eventuais leitores agentes históricos capazes de analisar os anos passados de arbítrio e repressão, violentados por 17 Atos Institucionais, na Ditadura de 1964 a 1985, e de pensar e desenvolver um país em que se respeitem as diferentes opções políticas e ideológicas, à luz da justiça e num clima de paz. Para que não se esqueça aquele tempo de trevas. Para que nunca mais aconteça o que nunca deveria ter acontecido.

No Brasil de hoje, em pleno estado de direito, é dever patriótico e motivo de orgulho evocar, no panteão da pátria, o estudante universitário Alexandre Vannucchi Leme, que, na companhia de tantos outros idealistas, deu a vida pela democracia e pela liberdade.

Imolado por esse ideal, sua morte prenunciou a aurora de um novo tempo para o Brasil. Lembrá-lo é recuperar o passado para criar o novo. É devolvê-lo à memória da sociedade brasileira, tão carente de amadurecimento político. É o irrefragável direito à verdade.

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