Os trabalhadores da Moto Peças, em Sorocaba, estão em greve desde a manhã de segunda-feira, 24, para exigir da empresa melhor valor de participação nos resultados (PPR). Até o início da noite de terça, 25, a empresa ainda não havia reaberto negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos.
Na manhã desta quarta haverá assembléia sindical em frente à fábrica para avaliar o movimento.
A Moto Peças oferece R$ 1.200 de PPR por trabalhador. Para o diretor sindical Valdeci Henrique, o Verdinho, o valor está bem abaixo da expectativa dos trabalhadores e também dos PPRs pagos por indústrias similares.
Na manhã desta terça, a empresa pediu forte aparato policial para acompanhar uma assembléia, que manteve a paralisação. O clima chegou a ficar tenso, mas não houve confronto com a PM, que dialogou com os dirigentes sindicais.
Tentativas de diálogo
Ainda na terça-feira, diretores do Sindicato ligaram diversas vezes para responsáveis pela empresa a fim de restabelecer o diálogo.
O vice-presidente do Sindicato e vereador Izídio de Brito e o vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos (FEM), João Farani, tentaram a convencer a Moto Peças a retomar negociações e melhorar a proposta, mas ela se manteve irredutível.
Abaixo-assinado
Nos últimos dias, um abaixo-assinado passado internamente pela empresa, induzindo os trabalhadores a aceitarem a proposta, aumentou o grau de insatisfação dos funcionários e culminou com a greve iniciada às 8h do dia 24.
Segundo o Sindicato, os R$ 1.200 de PPR representam apenas 2,46% do lucro liquido que a Moto Peças pode obter este ano. Ainda de acordo com o Sindicato, a produção e os lucros deste ano devem ser similares aos de 2008.
A Moto Peças conta com 328 trabalhadores.