Ainda hoje milhares de trabalhadores são afetados por Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dort), em fábricas e indústrias de todas as regiões do país.
Um grupo de pesquisadores, com a coordenação do médico sorocabano Roberto Ruiz, conheceu a realidade de trabalhadores de um frigorífico no interior de Santa Catarina, a partir da implantação do Programa de Reabilitação Ampliada (PRA). Com horas extras trabalhadores passavam mais de dez horas fechados em ambiente úmido, gelado e sem janelas, movimentando repetitivamente mãos e braços nas esteiras de frango e carne suína.
Sem ergonomia no ambiente de trabalho e com esteiras aceleradas para aumentar a produção homens e mulheres, pouco a pouco, ficaram doentes com dores sendo remediadas com remédios. Em entrevistas realizadas pela jornalista sorocabana Fernanda Ikedo trabalhadores revelaram as dificuldades consequências das LER/Dort. Mães que não podiam carregar seus filhos pequenos, homens que perderam os movimentos das mãos, sem poder carregar qualquer tipo de peso.
O livro “Trabalhar e adoecer na agroindústria” é o resultado dos dados obtidos pelo PRA, que reabilitou centenas de trabalhadores da indústria alimentícia e buscou ações efetivas para a melhoria real das condições laborais dos trabalhadores. São artigos do grupo composto por representantes do Ministério Público, historiador, médicos, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, entre outros estudiosos na área, envolvidos no programa.
Além de tratar da reabilitação profissional o livro aborda a luta contra esse problema social grave e a conquista da Norma Regulamentadora dos Frigoríficos (NR 36).