Os dirigentes sindicais de dezenas de categorias profissionais de Sorocaba estão perplexos e indignados com a recente – e inexplicável – exoneração do Gerente Regional do Trabalho e Emprego (GRTE), Ediclei José de Almeida, que vinha exercendo de forma corajosa e eficiente seu trabalho como representante do Ministério do Trabalho em nossa região.
A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos compartilha da indignação das demais entidades de classe e acrescenta que a medida contra Ediclei – e contra os trabalhadores em geral – é digna de repúdio e precisa ser esclarecida por todas as instâncias do Ministério que deram aval à exoneração.
Fazia menos de um ano que Ediclei havia assumido o cargo de gerente em Sorocaba, após 16 anos de atuação no Ministério de Trabalho e um currículo impecável de serviços públicos.
No comando da GRTE de Sorocaba, Ediclei adotou a prática de ouvir os sindicatos e dar atenção às denúncias de trabalhadores. Caracterizou-se no movimento sindical por ser dedicado, humilde, democrático e fiel aos seus propósitos profissionais.
Nesses meses de atuação, desde junho de 2013, o gerente demonstrou ser um defensor do cumprimento rigoroso das leis de proteção ao trabalhador. Fiscalizou, planejou atuações, exigiu empenho de colegas e puniu empresas que cometeram irregularidades trabalhistas.
Diante disso, fica a impressão que Ediclei foi penalizado por cumprir justamente aquilo que se espera de um bom Gerente Regional do Trabalho.
Somente as empresas mal-intencionadas, que têm algo a temer ou que desrespeitam costumeiramente a legislação trabalhista teriam motivos para querer ver Ediclei longe de nossa região.
O desejo do empresário ganancioso de se livrar de defensores da classe trabalhadora não é surpresa. O que causa espanto é a Superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo não observar o interesse escuso do patrão e promover o afastamento de um servidor público competente como o senhor Ediclei.
O responsável pela superintendência estadual é o ex-deputado federal Luiz Antônio de Medeiros, a quem o movimento sindical já pediu os devidos esclarecimentos.
Mais que isso, os sindicatos locais estão organizando um abaixo-assinado que pede a recondução imediata de Ediclei ao cargo de gerente do GRTE de Sorocaba.
O movimento pela recondução de Ediclei ao cargo une sindicatos da CUT, Força Sindical, NCST, UGT, CTB, CSB e agremiações independentes que atuam na região. Nossa estimativa é que cerca de 70 entidades representativas participem desse esforço comum por justiça e transparência na GRTE de Sorocaba.
A exigência do retorno de Ediclei às suas funções é feita por nós com todo respeito a qualquer potencial substituto ao cargo. Mas a forma arbitrária e truculenta da troca é inadmissível. Caso a decisão da Superintendência não seja esclarecida e revertida, qualquer eventual sucessor de Ediclei estará sujeito a ser a próxima vítima e, dessa forma, ficará impedido de atuar a favor dos trabalhadores.