Nada mudou no cenário econômico brasileiro após a divulgação do rebaixamento da nota do país pela agência de risco Standard & Poor´s (S&P). Os investimentos estrangeiros continuaram no ritmo de crescimento como aponta dados da Bolsa de Valores, no mês de março, o mesmo da divulgação da nota. A Bolsa subiu 7,05% nesse período.
Mesmo assim, a notícia do rebaixamento da classificação de BBB para BBB- despertou discussões entre economistas.
O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Luiz Gonzaga Belluzo, classificou como “estelionatária” a agência S&P, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, em 25 de março.
Na avaliação dele, não há nenhuma credibilidade em uma agência que dá a maior nota para um pacote de créditos, nos Estados Unidos, em 2008, responsável por ter desencadeado a crise mundial do mesmo ano.
O economista da subseção Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Fernando Lima, explica que essas notas de agências de risco servem para nortear os investimentos estrangeiros no país. Para ele, não há apontamentos para nenhum estremecimento do mercado nacional.
Ele ressalta ainda que a dívida brasileira é de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que Estados Unidos e França têm dívidas maiores e mantêm nota AAA.
Bem diferente da classificação da agência S&P, que sinaliza uma queda consequente de uma fragilidade econômica, a agência de risco estatal da China, Dagong Global Credit Rating, dá ao país a nota A-, três patamares acima da avaliação feita pela agência norte-americana.
Essa nota foi reafirmada em janeiro deste ano. Os analistas chineses afirmam que o ambiente para a dívida brasileira é relativamente estável.