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50 anos do golpe

Presidente deposto pelo golpe foi eleito com voto popular

Há hoje em dia quem tente minimizar a violência do golpe de 1964 alegando que o presidente deposto, João Goulart, originalmente era vice-presidente e que não havia sido eleito pelo voto popular

Imprensa SMetal

Por desconhecimento ou má-fé, há hoje em dia quem tente minimizar a violência do golpe de 1964 alegando que o presidente deposto, João Goulart, o Jango, originalmente era vice-presidente e que, portanto, não havia sido eleito pelo voto popular. Mas qualquer livro básico de História desmente essa tese descabida.

Em 1960, quando houve eleições presidenciais, os votos pra presidente e para vice eram separados e independentes. O eleitor podia escolher o presidente de um partido ou coligação e o vice de outra agremiação.
Para presidente, o candidato da elite conservadora e fenômeno eleitoral da época, Jânio Quadros, obteve 5,6 milhões de votos. O segundo colocado foi Henrique Teixeira Lott, com 3,8 milhões de votos.

Na votação para vice, João Goulart, que se opunha à coligação de Jânio, obteve 4,5 milhões de votos. Seu concorrente direto, Milton Campos, candidato dos conservadores, teve 4,2 milhões.

Jango teve, portanto, mais votos para vice do que o segundo colocado para presidente.

Renúncia de Jânio

Quando Jânio renunciou à Presidência, depois de apenas sete meses de governo, os golpistas só aceitaram a posse de Jango mediante a implantação de um sistema parlamentarista, que reduziu os poderes presidenciais.

Em 1963, após um plebiscito que decidiria se o Brasil continuaria parlamentarista ou voltaria ao modelo presidencialista, Jango provou novamente que era bom de voto e foi conduzido à presidência com os poderes constitucionais aos quais tinha direito.

Outra prova da popularidade de Jango foi na eleição anterior, em 1955, quando obteve mais votos que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek.

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