Ninguém de bom senso e espírito humanitário aposta na piora dos serviços à população para provar que uma administração pública é deficitária. Mas, por outro lado, é inegável que a situação atual de Sorocaba comprova, definitivamente, que o modelo de gestão tucana está esgotado.
Sem priorizar a responsabilidade direta do governo pelo bem estar social – e apostando todas as fichas na autorregulação da sociedade por meio do crescimento econômico puro e simples; ou no envolvimento do setor privado nos serviços públicos – as sucessivas administrações do PSDB tornaram precários e vulneráveis vários setores em Sorocaba, como a saúde, o abastecimento de água, a educação e a coleta de lixo, entre outros.
A greve na Santa Casa, a falta de profissionais e de agenda para consultas na Policlínica, as falhas na intervenção do Hospital Vera Cruz, a demora no início das obras do Hospital Municipal não são problemas repentinos.
Eles se arrastam após décadas de falta de foco por parte da administração pública local.
A falta de água constante em vários bairros não é causada, de forma nenhuma, por carência de recursos hídricos em nossa região. As fontes de abastecimento são suficientes. Mas os problemas de distribuição da água captada são gritantes. Por muitos anos faltaram investimentos no sistema de distribuição nem vontade política para garantir esse serviço essencial aos sorocabanos de todas as classes sociais.
Na área de educação, a falta de vagas em creches não foi resolvida na cidade nem mesmo com investimento maciço por parte do governo federal, e nem mesmo com ameaça de punição por parte do Ministério Público. Além disso, a necessidade de mais creches é apenas um dos problemas, que tornou-se mais conhecido e comentado devido às frequentes manchetes nos jornais e por causa das denúncias de iniciativa de vereadores como o metalúrgico Izídio de Brito (PT).
Mas há outros problemas na rede municipal de ensino que estão se tornando cada vez mais evidentes, como a falta de manutenção e de segurança nas escolas de responsabilidade do município, além de descuidos em relação à alimentação dos alunos em várias unidades de ensino.
No caso do lixo, a administração passada deixou o aterro de Sorocaba esgotar-se, não providenciou um novo local a tempo; passou a gastar mais para levar o lixo local para Iperó; fez um contrato mal feito com uma empresa de coleta e teve que rescindir esse contrato na gestão atual.
Deu no que deu. A coleta está sendo realizada de forma precária, não há mais containeres nas ruas; sacos e restos de lixos ficam expostos a céu aberto; e não há previsão de solução definitiva a curto prazo.
Ainda sobre questão do lixo, nenhuma administração do PSDB dignou-se, até agora, a investir na coleta seletiva de resíduos sólidos na cidade, que poderia minimizar os problemas de acúmulo e destinação de entulhos. Pelo contrário, o prefeito atual teima em acionar o Poder Judiciário para coibir iniciativas da Câmara Municipal a respeito do tema.