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11 de junho: dia de mobilização em Brasília contra o PL da terceirização

CUT afirma que não negociará representação sindical e igualdade de direitos

CUT Brasil
Luiz Carvalho  Â
Grupo de Trabalhado da CUT sobre Terceirização durante reunião nessa quinta (6), na sede da Central

Grupo de Trabalhado da CUT sobre Terceirização durante reunião nessa quinta (6), na sede da Central

A CUT e as demais centrais sindicais iniciam a semana em luta contra o Projeto de Lei (PL) 4330/2004 que amplia a terceirização e a precarização.

Na manhã desta segunda-feira (10), as entidades discutem na sede da UGT, em São Paulo, estratégias para levar à mesa de negociação com o governo federal, marcada para terça (11), em Brasília.

Também na terça, a partir das 14h30, a militância cutista promoverá um ato no Anexo II da Câmara dos Deputados para impedir a aprovação do relatório do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O parecer de Maia aprofunda ainda mais os prejuízos da proposta do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). O PL permite retrocessos como a terceirização na atividade-fim, fator que autoriza a empresa existir sem qualquer contratado direto. Além disso, prejudica a organização sindical e, portanto, enfraquece a mobilização da classe trabalhadora.

A terceirização é sinônimo de precarização, conforme comprova estudo de 2011 do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da CUT: o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de trabalho de três horas a mais e ganha 27% menos. Ainda segundo a pesquisa, a cada 10 acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados.

Ataque organizado

Secretária de Relações do Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa, destaca a capacidade de pressão dos empresários, que conseguiram fazer o projeto retornar à pauta na semana passada, por meio de requerimento de Arthur Maia, após ser retirado da votação.

“Os patrões estão alinhados e estiveram em bloco na Câmara para defender exatamente o inverso do que queremos. Nesse momento que vivemos, de pleno emprego e de discutir melhores condições de trabalho, querem fazer discussão de desregulamentar e rebaixar direitos.”

A dirigente lembra ainda que, no dia 14 de maio, as centrais definiram uma mesa de negociação permanente com o governo federal para discutir a pauta da classe trabalhadora. Entre os temas, está a terceirização.

O Executivo se comprometeu a mobilizar suas bases para frear o andamento do tema enquanto não houvesse acordo com os trabalhadores sobre a questão, mas o texto continuou tramitando.

“Além de tudo, os parlamentares agiram de maneira autoritária ao desrespeitarem o diálogo. A informação é que o governo articulou para tirar da pauta, mas não temos maioria na CCJ. Teremos, então, de exercer nosso poder de pressão”, explica.

Secretário-adjunto de Organização, Valeir Ertle, acrescenta que o PL da terceirização não está só na tentativa de precarizar as relações trabalhistas.

“Os empresários virão com tudo. Temos ainda o PL 951/2011, que cria o Simples Trabalhista e, na prática, também pretende enfraquecer os sindicatos, ao criar negociação coletiva específica trabalhista acima de qualquer outra convenção e autorizar o trabalho aos domingos e feriados sem permissão prévia”, relaciona.

Termos inegociáveis – Diretor da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Miguel Pereira afirma que a representatividade sindical e a igualdade entre os terceirizados e os contratados diretos são dois termos inegociáveis para a Central.

Ele comenta que as categorias cutistas irão ampliar a pressão e planejam promover paralisações para fazer enfrentamento ao projeto.

“Se o projeto passar, promoverá a divisão das categorias por atividades econômicas, fracionando nossa articulação e dificultando a mobilização, reduzindo conquistas. A convenção coletiva será aplicada cada vez menos pessoas num cenário em que lutamos para fazer campanhas nacionais e aprofundar conquistas”, define.

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