Pode ter começado por Sorocaba a onda de demissões dentro da Rede BOM DIA. É o que suspeita o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.
Já há algum tempo a empresa tem adotado medidas voltadas, conforme alegou nas conversas que manteve com a representação dos trabalhadores, à “estruturação”. Na semana passada, o jornal passou a circular com o “Diário de S. Paulo” encartado, sob a justificativa de que o leitor terá, em mãos, um produto melhor acabado, mais ágil e um leque de alternativas maior.
Na sexta, porém, quatro jornalistas do BOM DIA SOROCABA, Pedro Guerra, Fernanda Ikedo, Luiz Júnior e Michelle (esta do on line) foram dispensados como medida de “redução de custos”. Por outro lado ainda, o BOM DIA Sorocaba passa a funcionar, a partir de amanhã, terça-feira, na sede da TV TEM, pertencente ao mesmo grupo Trafic.
Tecnicamente, o desligamento de quatro profissionais de um quadro já reduzido de sete, pode ser caracterizado como demissão em massa. Vale dizer, apenas dois repórteres, um fotógrafo e um editor deverão tocar o trabalho a partir de agora. Isso demonstra que os cortes vão sobrecarregar os profissionais que foram mantidos em seus postos, gerando precarização das condições de trabalho.
Uma reunião amanhã, terça-feira, em São Paulo, entre o Sindicato e a direção do grupo, discutirá esse e outros problemas. O Sindicato deverá encaminhar medidas para preservar os direitos dos trabalhadores e evitar que mais demissões ocorram.
É preciso que, neste momento, todos fiquem atentos, não apenas em solidariedade aos colegas demitidos, mas para que a onda não se espalhe a outras redações. A categoria vive um momento particularmente preocupante. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, foram demitidos, em São Paulo, mais de 250 jornalistas, consequência do fechamento do Jornal da Tarde, das mudanças no Grupo Estado e dos problemas havidos no Brasil Econômico.
No interior, os registros que indicam a gravidade da situação ficam por conta da RAC de Campinas e, agora, do que houve em Sorocaba.