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Apoio psicológico

Lei de certificação de saúde mental tem que ser aperfeiçoada, avaliam sindicalistas

Texto sancionado pelo presidente Lula em março prevê emissão do Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, mas sindicalistas enxergam falta de responsabilização patronal e outros problemas no texto

Redação CNM/CUT
Pixabay

A CNM/CUT entende que é preciso aprofundar o debate sobre os impactos da lei para a proteção e promoção da saúde mental relacionada ao trabalho.

Para sindicalistas e especialistas na área jurídica e de saúde do trabalhador e da trabalhadora, o movimento sindical precisa aprofundar o debate sobre a nova lei que cria uma certificação governamental para empresas que promovem saúde mental, para aperfeiçoar a regulamentação do texto e incluir efetivamente a pauta da saúde dos trabalhadores.

No dia 13 de setembro, a CNM/CUT promoveu um debate virtual sobre a lei, reunindo, além de dirigentes da entidade, a médica do Trabalho e professora do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp, Dra. Marcia Bandini, e o advogado e assessor jurídico da Confederação, Dr. Vinicius Cascone.

A Lei 14.831/2024 foi sancionada pelo presidente Lula no final de março deste ano e prevê a emissão do Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental aos interessados que cumprirem alguns itens como promoção da saúde mental, apoio psicológico e psiquiátrico para os trabalhadores, programas de promoção da saúde psíquica e a conscientização da saúde mental por meio de treinamentos e campanhas.

A avaliação dos participantes sobre a Lei é de que, apesar das boas intenções, o texto privilegia uma interpretação individualizada do processo de adoecimento mental e acaba por responsabilizar o trabalhador pela sua condição, sem considerar os processos e as relações de trabalho geradores de adoecimentos.

“Numa luta assimétrica de forças para proteção e promoção da saúde mental no ambiente de trabalho, os primeiros a serem responsabilizados devem ser os empregadores e seus representantes, pois eles é quem possuem poder de decisão para transformar as relações e os processos trabalhos mais saudáveis, menos focadas em metas de desempenho individual, de competitividade e de práticas assediadoras”, afirmou o secretário de Saúde do Trabalhador, Previdência Social e Meio Ambiente da CNM/CUT, Francisco Jonaci de Almeida.

Para o dirigente, no diálogo sobre a lei, percebe-se que há necessidade de se expandir o entendimento sobre a atuação de profissionais no campo da saúde mental e trabalho.

“Há muitos interesses com a lei, uma deles é criar um campo de mercado de empresas certificadoras sem compromisso com a saúde mental e que ainda pode esconder o adoecimento como sendo algo relacionado ao trabalho, por não discutir efetivamente os processos e as relações de trabalho geradores dos adoecimentos”, alerta Jonaci.

A CNM/CUT entende que é preciso aprofundar o debate sobre os impactos da lei para a proteção e promoção  da saúde mental relacionada ao trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras envolvendo o Macrossetor da Indústria, a CUT, o Fórum das Centrais Sindicais em Saúde do Trabalhador e especialistas sobre o tema para acumular forças e contribuir para sua regulamentação, de modo que a trabalhadoras e o trabalhador não sejam penalizados.

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