O Ligue 180, serviço telefônico que orienta e encaminha denúncias de violência contra as mulheres, passa a atender por um canal no WhatsApp. O novo canal entrou em funcionamento nesta terça-feira (4). A nova ferramenta é fruto de uma parceria entre o Ministério das Mulheres e a Meta, empresa proprietária do aplicativo. O atendimento será feito pela atendente virtual, chamada Pagu, uma homenagem à escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962).
A assistente virtual oferece várias opções de ajuda, mas a qualquer momento uma atendente da central pode ser acionada. Desde março, a equipe da central passou a ser composta somente por mulheres. Para adicionar o Ligue 180 no WhatsApp, basta enviar uma mensagem para o número (61) 9610-0180 ou pelo link.
De acordo com o Ministério das Mulheres, o atendimento sobre violência contra mulheres era feito pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, por meio do Disque 100. Dessa forma, com a separação dos serviços, o ministério poderá coletar dados acerca de violência contra a mulher por meio do WhatsApp. E utilizará esses dados na formulação de políticas públicas.
Para a secretária de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Denise Motta Dau, o novo canal é um serviço “essencial”. “É parte importante da retomada do Programa Mulher Viver sem Violência para que o serviço atenda melhor às mulheres em situação de violência, para que elas saibam identificar qual é a situação de violência que estão vivendo e qual é o serviço mais próximo para o qual devem se dirigir”, afirmou.
Do mesmo modo, a coordenadora-geral do Ligue 180, Ellen Costa, deu dicas às usuárias vítimas de violência sobre como utilizar o canal. “Salve o contato com o nome de uma amiga ou como Pagu. Delete a mensagem após utilizar o serviço para não serem lidas pelo agressor”, sugeriu.
Sororidade e parceria
Para o lançamento do serviço, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, visitou nesta terça-feira a Central de Atendimento às Mulheres, ao lado da primeira-dama Janja Lula da Silva e do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
A ministra enalteceu o trabalho das atendentes. “A gente as quer no Ministério das Mulheres, fazendo parte, pensado as políticas públicas e ajudando a salvar as vidas das mulheres, como vocês fazem todos os dias”. Nesse sentido, ela destacou que o Ligue 180 é parte da estratégia do governo federal para atingir a meta de zerar, até 2026, os casos de feminicídio no Brasil.
Janja destacou a parceria com a Meta para proteger as mulheres. “Acho muito importante, porque a gente sabe que as redes sociais e os canais de WhatsApp e Telegram são os principais canais difusores de mensagens de ódio contra as mulheres”, disse. “A violência começa ali [nas redes sociais] e termina na ponta de uma faca ou de uma bala”, alertou.
Já o ministro Silvio Almeida apontou vantagens na separação no atendimento às mulheres vítimas de violência das demais denúncias de violação dos direitos humanos. Por outro lado, colocou a sua pasta à disposição para atuar em cooperação.
“A separação não significa que os ministérios não trabalham juntos, que as preocupações não sejam transversais. Mas significa dar um melhor atendimento às demandas específicas, no caso, de violência contra a mulher e, em outro caso, outras violações de direitos humanos que demandam um tratamento mais singular.”
Com informações da Agência Brasil